CARACAS ? O chavismo apresentou cerca de 400 recursos legais contra as firmas recolhidas pela oposição em favor de um referendo revogatório que poderia encurtar o mandato do presidente Nicolás Maduro. As ações incluem denúncias de usurpação de identidade pela coalizão opositora, acusada pelo governo de entregar assinaturas fraudadaas com nome de pessoas já falecidas, menores de idade e condenados. A Venezuela se vê atualmente diante de uma crise política e institucional, enquanto a oposição trabalha em uma intensa campanha pela saída do presidente do Palácio de Miraflores. venezuela0607
? Mais de 400 denúncias e demandas foram apresentadas à Procuradoria. Serão milhares de demandas de cidadãos contra esta gigantesca fraude perpetrada ? afirmou nesta quarta-feira Jorge Rodríguez, representante do governo delegado por Maduro para monitorar o processo que tenta tirá-lo do poder.
Em 13 de junho, o presidente também apresentou uma demanda por fraude na coleta de assinaturas frente ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). A Suprema Corte é acusada de servir ao governo pela coalizão opositora, a Mesa de Unidade Democrática (MUD).
No próximo dia 26 de julho, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) deverá anunciar se a MUD efetivamente validou as 200 mil assinaturas necessárias para ativar o referendo revogatório. Segundo Maduro, é impossível realizar a consulta popular ainda em 2016 ? o que é mais um motivo de tensões entre governo e oposição.
Atualmente, a Venezuela vive uma profunda crise econômica, que inclui a escassez de itens básicos e os altos preços. Com isso, os venezuelanos enfrentam longas filas diárias na tentativa de conseguir produtos nos supermercados e nas farmácias, onde muitas prateleiras já estão vazias. Segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação do país pode chegar a 700% em 2016.
