Cotidiano

Cascavel registra aumento de 67% nas doações de órgãos

Até 31 de agosto, foram 35 doadores múltiplos de órgãos e 184 de córneas

Cascavel – Neste mês de setembro, a 10ª Regional de Saúde realiza ações em alusão ao Setembro Verde, campanha que tem o objetivo de promover a conscientização sobre a doação de órgãos.

Além da Caminhada Pela Vida, promovida pelo HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná), no dia 20 de setembro, será realizada também no Calçadão da Avenida Brasil panfletagens e orientações sobre o tema.

Conforme a coordenadora do Copott Cascavel (Comissão de Procura de Órgãos e Tecidos para Transplantes), Rosimeri Lima Tomé, o Paraná possui hoje 1,6 mil pessoas na fila de espera aguardando algum órgão.

“Legalmente é só a família quem pode autorizar a doação. Por isso é tão importante que os familiares sejam avisados sobre o desejo de ser doador”, explica Rosimeri.

Apesar das dificuldades na captação, o número de doadores múltiplos neste ano cresceu expressivamente em Cascavel, na casa dos 67%.

Em 2015, até 31 de agosto, Cascavel registrou 35 doadores múltiplos de órgãos e 184 foram de córneas. Ao todo, foram 66 rins doados, 13 fígados, cinco corações, dois pulmões e um pâncreas. No mesmo período do ano passado foram 21 doadores múltiplos de órgãos, sendo 46 de córneas.

Espera

Quem aguarda na fila sabe a importância de que familiares respeitem esta escolha. É o caso do Geovani Cardoso de Oliveira, que há quatro anos foi diagnosticado com insuficiência renal crônica e há pelo menos sete meses aguarda por um doador.

“A doença veio de maneira silenciosa, e só foi diagnosticada em estado avançado, quando apenas 10% do meu rim ainda funcionava”, explica Geovani.

Agora, ele que já foi doador, aguarda pela doação de um rim.

“Quando eu ainda tinha 18 anos doei um dos meus rins para a minha irmã, que sofria do mesmo problema”, lembra.

Ele explica que a irmã teve que passar por três transplantes, nos quais os dois primeiros sofreu rejeição.

“Foi só quando nosso terceiro irmão doou há mais de 15 anos que o transplante deu certo”, lembra.

Devido a situações como esta, uma lei passou a proibir, em casos como esses, a doação de familiares próximos que ainda não possuem idade adequada.

“Minha filha de 20 anos é compatível, mas não pode ser doadora antes do 30 anos, que é quando a doença começa a se desenvolver”.

Enquanto aguarda, três vezes por semana Geovani realiza sessões de hemodiálise.

(Com informações de Nathalia Lehnen)