Cotidiano

Candidatos derrotados impugnam resultados de eleição no Haiti

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PORTO PRÍNCIPE – Os candidatos das eleições presidenciais do Haiti Jude Celestin, Moise Jean-Charles e Maryse Narcisse impugnaram na Justiça os resultados preliminares que deram como vencedor no primeiro turno Jovenel Moise. Segundo os dados anunciados na noite de segunda-feira pelo Conselho Eleitoral Provisório (CEP), Moise – do partido Tet Kale (PHTK) e apoiado pelo ex-presidente Michel Martelly – obteve em 20 de novembro 55% dos votos, seguido por Célestin, com 19,52%, Jean-Charles, com 11,04%, e Narcisse, com 8,99%. haiti

A lei haitiana faculta aos candidatos a impugnação dos resultados das eleições presidenciais e legislativas nos tribunais eleitorais antes da publicação dos resultados oficiais, prevista para 29 de dezembro. O prazo para apresentar o documento era esta sexta-feira às 10h locais.

Antes do anúncio dos resultados, o partido Lapeh, de Celestin, já tinha escrito oficialmente ao CEP para impugnar a forma como foram tratados os documentos que saíram dos centros de votação.

? O decreto eleitoral estabelece que o eleitor deve assinar a folha de presença ou, se não souber ler ou escrever, estampar sua impressão digital. Infelizmente, o CEP elegeu não considerar este aspecto ? disse na sexta-feira à AFP Gérard Germani, conselheiro político de Celestin. ? Pensávamos que veríamos uma diferença na forma como são organizadas as eleições no Haiti. Deveremos nos apresentar aos tribunais para fazer valer nossos direitos.

O partido do candidato Jean-Charles, Pitit Dessalines, vai ainda mais longe e acusa o CEP de corrupção.

? Segundo várias testemunhas, nos arredores do hotel que abrigava o CEP na segunda-feira à noite havia veículos com muitos dólares dentro para negociar com membros do CEP ? assegurou à AFP o advogado do partido, Evelt Fanfan. ? A prova é que três (dos nove) membros do CEP se negaram a assinar o documento com o anúncio dos resultados porque não estavam de acordo com esta prática.

O presidente do CEP, Léopold Berlanger, não quis comentar este conflito interno.

As eleições de 20 de novembro, que não registraram incidentes, constituíram um passo crucial para o restabelecimento da ordem constitucional no Haiti, a nação mais pobre do hemisfério, após a anulação do primeiro turno das presidenciais de outubro de 2015 por denúncias maciças de fraude.