Cotidiano

Candidatos apelam para santinhos virtuais e moças bonitas em campanha na Câmara

BRASÍLIA – Com pouco tempo para fazer a campanha para a presidência da Câmara, candidatos tentam de todas as maneiras chamar a atenção, embora a maioria dos eleitores-deputados nem esteja na Casa ainda. O deputado Carlos Gaguin (PTN-TO) optou pelo método tradicional de trazer moças bonitas para o Salão Verde, pedir votos para ele. A deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) imprimiu panfletos, distribuídos por um casal. Rogério Rosso (PSD-DF) e Giacobo (PR-PR) distribuem por por torpedo ou pela internet santinhos virtuais.

O santinho virtual do Giacobo traz apenas o lema de sua campanha, além da foto: ” Câmara pelo Brasil. Compromisso, ética e responsabilidade. O de Rosso é mais completo. Além das palavras “serenidade, responsabilidade, coerência”, elenca oito pontos do que defenderá como plataforma.

O primeiro ponto é a autonomia do Legislativo e a ampliação do diálogo com o governo. Rosso também incluiu como plataforma, a valorização do colégio de líderes e garante que não tomará decisões de forma monocrática, ou seja, isoladamente. Rosso disse que fará apenas uma campanha virtual.

? O parlamento não pode ser subserviente. Temos que votar as matérias que o Executivo manda para cá, sem filtro, mas também votar matérias de interesses dos deputados ? diz Rosso, acrescentando:

? O colégio de líderes definirá as questão, não terá decisão monocrática. A pauta será feita de forma conjunta.

Nos corredores da Câmara, o clima de campanha é explícito. Rosso conversava com os jornalistas e o deputado Marcos Rogério (DEM-RO) quando o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA) passou pelo corredor e já saudou o líder do PSD.

? Meu presidente! ? disse Maranhão, com ar de galhofa.

Na conversa, Rosso brincou que se Marcos Rogério fosse candidato ele ia ter de desistir. O deputado do DEM disse que votará em um dos candidatos de seu partido, Rodrigo Maia (RJ) ou José Carlos Aleluia (BA).

O bate-papo acabou virando uma entrevista coletiva do candidato do PSD. Marcos Rogério, então, ajudou uma equipe da TV Bandeirantes segurando o microfone. E não se fez de rogado, tascando uma pergunta a Rosso.

? Por que ser candidato para um cargo de 6 meses se poderia disputar em 2017 uma eleição para dois anos? ? questionou o deputado do DEM.

? A maior atipicidade é que é uma eleição em que você tem um governo interino. Temos um cenário em que não temos ainda certeza sobre 2017, se Dilma pode retornar ou se o Michel Temer continua. Em 2017 terá um grande entendimento da base. Agora, por ser essa atipicidade, é que temos tantas candidaturas – respondeu Rosso ao colega-repórter.

*Estagiário sob supervisão de Isabel Braga