Cotidiano

Caixa libera R$ 8,7 bi e tenta destravar crédito

São Paulo – A Caixa anunciou a liberação de R$ 8,7 bilhões para destravar contratos de crédito imobiliário até 30 de novembro. Aprovadas pelo banco, as propostas de empréstimo habitacional estavam paradas por falta de recursos, mesmo para quem já tinha carta de crédito aprovada. A partir desta semana estará disponível orçamento suplementar do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para o crédito imobiliário à pessoa física e de apoio à produção. "Com essa suplementação, a Caixa garante recursos suficientes para normalizar o ritmo de contratações do Programa Minha Casa, Minha Vida para famílias com renda familiar bruta mensal de até R$ 4 mil", afirmou o banco em nota.

O Banco Central registrou 248 queixas sobre a Caixa no primeiro semestre do ano relativas à demora na liberação do financiamento, alta de 9% ante os seis meses anteriores e de 2,5% sobre igual período de 2016. Nos últimos meses, a Caixa anunciou uma série de restrições ao crédito, como a redução do limite financiado para imóveis usados de até 70% para 50%. A regra passou a valer em 25 de setembro e quem ainda não tivesse assinado o contrato até essa data já deveria se enquadrar no novo modelo.

Ontem a Caixa afirmou que os contratos que seriam finalizados pelas agências antes das novas medidas de redução das cotas terão as condições mantidas e prorrogadas até o fim deste mês. "As avaliações dos imóveis em garantia ao crédito de pessoa física que tiveram sua validade expirada durante o período de transição serão renovadas automaticamente até o final do ano, garantindo a continuidade dos financiamentos", afirma em nota.

Procura maior

O banco diz ainda que a contratação do crédito imobiliário neste ano está cerca de 20% superior ao mesmo período do ano passado e que o banco já emprestou mais de R$ 72,4 bilhões até o momento em todas as suas modalidades. Sem recursos, a Caixa passou a adotar uma execução mensal do orçamento para todas as linhas de crédito imobiliário, "com objetivo de cumprir o orçamento anual disponível até dezembro", o que também contribuiu para travar as concessões já em curso.