Cotidiano

Bumlai se nega a depor contra Lula e MPF desiste dele como testemunha

2015_871026075-2015_870952148-201512011751294652.jpg_20151201.jpg_20151202.jpgSÃO PAULO – O Ministério Público Federal (MPF) desistiu de ouvir o pecuarista José Carlos Bumlai, na condição de testemunha de acusação do ex-presidente Lula, na ação que envolve supostos benefícios da OAS, como o tríplex do Guarujá e o pagamento de armazenagem do acervo presidencial. Bumlai seria ouvido na manhã desta terça-feira, por videoconferência, pelo juiz Sérgio Moro. Tão logo a audiência foi aberta pelo juiz, a advogada Daniela Meggiolaro, que defende Bumlai em outras ações penais, afirmou que seu cliente é acusado de fazer parte de um esquema criminoso capitaneado pelo ex-presidente, responde a ação por obstrução de justiça em coautoria com Lula e é investigado no Supremo Tribunal Federal por suposta organização criminosa.

ConteudoBumlai?Qualquer resposta que ele der sobre sua relação com Lula, necessariamente terá relação com fatos no qual ele responde em ações penais e inquéritos em andamento. Ele se reservará ao direito de permanecer em silêncio ? disse Daniela.

O Ministério Público Federal informou a seguir que desistia da testemunha, o que foi autorizado por Moro.

Bumlai e o ex-presidente Lula devem prestar depoimento a Moro, no fim da tarde desta quarta-feira, como testemunhas de defesa do ex-deputado Eduardo Cunha. Será a primeira vez que Lula falará ao juiz que conduz a Lava-Jato. A audiência será por videoconferência.

Bumlai cumpre prisão domiciliar, concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi condenado a nove anos de prisão pelo juiz Sérgio Moro, por ter feito um empréstimo em seu nome no Banco Schahin, destinado ao PT. O empréstimo foi feito em 2004, no valor de R$ 12 milhões, em 2004, e foi quitado fraudulentamente quando o Grupo Schahin fechou contrato com a Petrobras para a operação do Navio-Sonda Vitória 10.000.

Ele é acusado ainda de ter tentado obstruir a Justiça e participar de um esquema para evitar que Nestor Cerveró, diretor da área internacional da Petrobras, fechasse acordo de delação premiada.

Na audiência foram ouvidas ainda por videoconferência outras três testemunhas de acusação: Armando Dagre Magri, Alberto Ratola de Azevedo, Eduardo Bardavira Hernani Mora Varella Guimarães Júnior.