Cotidiano

Beto Preto diz que Paraná vive momento mais crítico

Beto Preto adiantou ainda que, com a atualização do sistema do Estado, mais casos e óbitos devem entrar nas estatísticas

Anvisa tem dez dias para dar resposta / Foto: NELSON ALMEIDA AFP
Anvisa tem dez dias para dar resposta / Foto: NELSON ALMEIDA AFP

Curitiba – O secretário de Saúde, Beto Preto, disse que o Paraná vive o momento mais crítico da pandemia de covid-19. Ele citou que a taxa de ocupação de UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) do Paraná para covid-19 estava em 79%.

“Ao longo de dez meses temos feito um esforço muito grande junto com cidadãos paranaenses para fazer esse enfrentamento. O Paraná é o estado que mais testa para covid-19 em parceria com a Fiocruz. Estamos no momento mais crítico. O boletim que será divulgado nesta sexta terá mais de 3 mil casos e 27 óbitos”, adiantou, e seguiu: “O Paraná vive o momento mais crítico da pandemia. Por isso prorrogamos o toque de recolher e a proibição de consumo e venda de bebidas de madrugada para evitar acidentes e feridos, preservando leitos para a covid-19″.

O secretário destacou ainda a promessa de vacina, que “está em um horizonte mais próximo”, mas lembrou que, para vacinar toda a população, “demoraremos meses”. “Eu quero pedir para todos que mantenham a preocupação e o cuidado, com uso da máscara, etiqueta respiratória e distanciamento social”.

Beto Preto adiantou ainda que, com a atualização do sistema do Estado, mais casos e óbitos devem entrar nas estatísticas: “Eles já aconteceram, mas vamos manter a transparência que o governo do Paraná tem prezado desde o início da pandemia”.

 

Mais de 8,5 mil mortes

No início da noite dessa sexta, a Secretaria de Estado da Saúde informou mais 3.045 casos confirmados e 27 mortes em decorrência da infecção causada pelo novo coronavírus. Além desses casos, foram inseridos 31.425 casos e 377 óbitos retroativos. Assim, os dados acumulados do monitoramento da covid-19 mostram que o Paraná soma 459.658 casos confirmados e 8.556 mortos em decorrência da doença.

Conforme o boletim, 2.277 pacientes estavam internados em leitos para covid-19, dos quais 1.123 em UTIs.

Butantan e Fiocruz pedem à Anvisa autorização para uso de vacinas

 

Brasília – O Instituto Butantan solicitou à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), nessa sexta-feira, a autorização emergencial de uso da vacina CoronaVac contra a covid-19. O prazo estimado pela agência para avaliação do pedido é de até dez dias.

Poucas horas depois, a Fiocruz também formalizou o pedido à agência para o uso emergencial do imunizante da AstraZeneca/Universidade de Oxford (Reino Unido), principal aposta do governo federal até o momento.

Em nota, a Anvisa informou que já iniciou a triagem dos documentos enviados ao órgão.

Segundo a agência, a primeira etapa da análise, que ocorre nas 24 horas iniciais, servirá para checar se as informações apresentadas atendem aos requisitos da solicitação emergencial. Caso a documentação esteja incompleta, a Anvisa pode paralisar a contagem do prazo de análise para solicitar novas informações ao Butantan ao à Fiocruz.

Além dos dados apresentados nessa sexta, a agência também vai analisar o que já foi apresentado pelas desenvolvedoras durante o processo de submissão contínua. Durante o processo, as instituições submetem os dados da vacina à agência durante o seu desenvolvimento.

“A análise do pedido de uso emergencial é feita por uma equipe multidisciplinar, envolve especialistas das áreas de registro, monitoramento e inspeção. A equipe vem atuando de forma integrada, com as ações otimizadas e acompanhadas pela Comissão que envolve três Diretorias da Agência”, explicou a Anvisa.

CoronaVac

Na última quinta, o Butantan apresentou à Anvisa os dados sobre a CoronaVac, que alcançou eficácia de 78% nos estudos no Brasil. O Butantan, no entanto, não apresentou informações sobre a eficácia global do imunizante.

No mesmo dia, o governo federal assinou um acordo com o Instituto Butantan para a aquisição de 46 milhões de doses da CoronaVac, com a possibilidade de ampliar a contratação em mais 54 milhões, totalizando 100 milhões de doses. O contrato foi fixado no valor de R$ 2,6 bilhões pelas 46 milhões de doses, valor que pode ser ampliado caso haja contratação de novas doses.

Após realizar reuniões com a Anvisa, a Fiocruz também solicitou autorização emergencial para uso de 2 milhões de doses de vacinas importadas do laboratório Serum, da Índia.

Uso emergencial

Caso a autorização emergencial de uso seja concedida pela Anvisa, a CoronaVac e a vacina de Oxford poderão ser aplicadas em grupos específicos previamente definidos pelos desenvolvedores no pedido apresentado. A autorização emergencial é diferente do registro definitivo, pois não permite a aplicação em toda a população tampouco a comercialização do imunizante.

Já o registro definitivo do imunizante deverá ser solicitado pela própria Sinovac, segundo informou Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, na última quinta.

A Fiocruz também deverá fazer o pedido de registro final da vacina até o dia 15 de janeiro.

Vai demorar meses para diminuir transmissão, alerta OMS

 

Genebra – A OMS (Organização Mundial da Saúde) é cautelosa sobre os efeitos da vacinação nas curvas de infecção pela covid-19, indicando que os resultados devem aparecer apenas dentro de alguns meses. “Vacina salvará vidas de pessoas mais vulneráveis, mas irá demorar ao menos seis meses para diminuir transmissão”, afirmou nessa sexta-feira (8) Bruce Aylward, consultor sênior da OMS em coletiva de imprensa.

A recomendação do órgão é que os cuidados na transmissão permaneçam, e que as populações sigam as restrições locais de mobilidade.

Outro ponto que preocupa é a equidade na distribuição de imunizantes. “Nenhum dos países mais pobres do mundo está vacinando, e há pessoas idosas e trabalhadores de saúde em todo o mundo”, afirmou Aylward, que reforçou o papel da iniciativa Covax no tema e pediu mais recursos para a distribuição.

“África do Sul e Inglaterra foram parte da solução no tema da mutação ao apresentarem a informações”, afirmou o diretor executivo da OMS, Michael Ryan.

A organização acredita que novas mutações do vírus podem ocorrer, e que o melhor caminho é reportar e buscar soluções abrangentes para o tema.

Em pergunta sobre a decisão iraniana de banir vacinas produzidas pelos Estados Unidos e o Reino Unido, Ryan deu uma resposta abrangente: “Pedimos que não politizassem o vírus, e agora pedimos o mesmo para a vacina.”