Cotidiano

BC: mercado aposta em juro de 9,75% neste ano

BANCO CENTRAL.jpgRIO – Após o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central surpreender e reduzir a Selic (referência para juros no país) de 13,75% para 13% na última quarta-feira, os economistas do mercado financeiro passaram a aposta que a taxa chegará a dezembro em 9,75%, conforme o Boletim Focus, boletim do BC que reúne as principais estimativas do mercado. Há uma semana, os especialistas contavam a Selic (referência para juros no país) em 10,25% em dezembro.

A estimativa de inflação para este ano também foi reduzida: agora é de 4,8%, abaixo dos 4,81% estimados na semana passada. Há um mês, os economistas contavam com aumento de preços de 4,9%.

O IPCA, indicador oficial da inflação no país, foi divulgado na última quarta-feira (11) e surpreendeu: fechou o ano em 6,29%, voltando a ficar abaixo do teto da meta estabelecida pelo Banco Central (BC), que é 6,5%. O movimento foi puxado por elevações menores dos preços administrados e dos alimentos. Em 2015, a inflação, conforme o indicador, calculado pelo IBGE, foi de 10,67%.

A meta do governo para este ano é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. A variação que será tolerada pelo BC em 2017, no entanto, é um pouco menor do que a deste ano, de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

No câmbio, as apostas são de dólar mais barato. Os economistas esperam que a cotação fique em R$ 3,40 em dezembro, abaixo da projeção da semana passada (R$ 3,45) e da realizada há um mês R$ 3,49.

Para o crescimento do país, as expectativas continuam em expansão de 0,5% neste ano.

Na última sexta-feira, foi divulgado que a economia brasileira cresceu 0,2% em novembro contra o mês anterior, quebrando uma sequência de três meses de queda, conforme o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que funciona como uma espécie de prévia do PIB. Economistas avaliam que o resultado se deveu à expansão de 2% no varejo no mês, fortemente apoiada nas vendas da Black Friday.

Após uma recessão que dura dois anos, já há economistas que preveem um ano de 2017 sem crescimento, com estagnação. Além disso, grandes instituições financeiras começam anunciar redução de suas projeções. Na última sexta-feira, o Itaú Unibanco diminuiu de 1,5% para 1% sua estimativa. Em dezembro, o Itaú Unibanco já tinha reduzido sua expectativa, que era de 2%. Até então, o banco paulista estava entre os mais otimistas do mercado.