Esportes

Atleta da Paralimpíada acompanha apresentações de ginástica rítmica por sistema de audiodescrição

RIO ? A modalidade mais plástica dos Jogos atrai amantes do esporte e das artes. Com uma mistura de piruetas, instrumentos (bola, arco, massa e fita) e balé, a ginástica rítmica encanta quem vê, e até mesmo quem não pode ver. Para permitir que deficientes visuais possam acompanhar as provas, o Comitê Organizador Rio-2016 disponibiliza uma rádio voltada para comentários esportivos descritivos. Cabe a um locutor fazer comentários sobre a performance do atleta, descrevendo o que ele está vendo. Imagens da ginástica rítmica

Ontem, a eliminatória no individual geral da ginástica rítmica foi o cenário para a primeira experiência desse tipo, da qual participou a atleta paralímpica de goalball ? esporte exclusivo paralímpico que mistura handebol com as marcações do vôlei ? Victória Amorim. Mesmo sem ver, ela emocionou com a apresentação da brasileira Natália Gaudio, que ficou em 23º lugar e não se classificou para as finais, que acontecem hoje:

? Consegui visualizar muita coisa. Sem dar sono (risos). A música que as atletas escolhem é a primeira coisa que me faz ter interesse no que elas estão fazendo dentro de quadra. Eu conheço cores, porque perdi a visão com 11 anos de idade, então fica muito fácil para visualizar. Eu gostei muito de poder assistir a essa competição ? avalia Victória que é cega há sete anos em consequência de uma atrofia no nervo óptico.

A tecnologia está presente em todas as modalidades cujo silêncio não é fundamental, tanto nos esportes olímpicos como nos paralímpicos. E o público pode utilizá-la nos seus rádios pessoais (a frequência está sempre no telão das competições) ou nos aparelhos emprestados nos balcões de informação ao público, onde funcionários ajudam a achar a estação.

? Queríamos fazer a audiodescrição e os cometários esportivos. Não deu. Por isso juntamos os dois. Os comentaristas esportivos foram treinados por audiodescritores para juntar os dois. O resultado tem sido muito bom. Isso aconteceu durante toda a Olimpíada e vai continuar na Paralimpíada ? explica Rafael Vicopulos, responsável pelo sistema.

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A atleta de golball comemorou a inclusão que isso proporciona e aproveitou para chamar o público para assistir aos Jogos Paralímpicos, que começam dia 7 de setembro.

? Eu fiquei muito emocionada com a apresentação da brasileira. Fiquei imaginando todo esse público aplaudindo e apoiando a gente. Ela me pareceu muito bem, mas não deu para ela né? ? disse Victória

Victória ouviu direitinho. Natália empolgou o público, mas terminou em 23º lugar, na frente apenas de três ginastas, entre elas a atleta de Cabo Verde, única negra a competir, que foi convida à participar e conquistou o público. Graça e precisão na ginástica rítmica com bambolê

O Brasil compete hoje às 10h pelas classificatórias por equipe. Ontem, como esperado, os países do Leste Europeu deram show. Com forte tradição no balé, as ginastas russas costumam dominar a modalidade. Pois coube às russas Margarita Manun e Yana Kudryavtseva os dois primeiros lugares, respectivamente, nas classificatórias. O terceiro ficou com a ucraniana Ganna Rizatdinova. Contrariando a geografia, a espanhola Carolina Rodriguez ficou na sétima posição.

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