Cotidiano

Ataques entre adversários e impeachment dominam debate na UFRJ

RIO ? O impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a troca de acusações entre candidatos marcou o debate promovido pela Faculdade de Direito da UFRJ nesta segunda-feira. A discussão sobre a saída da petista da Presidência apareceu tanto nas perguntas feitas entre os concorrentes quanto nas manifestações da plateia, que em diversos momentos gritou “fora, Temer”. Participaram do encontro os candidatos ao comando da prefeitura Carmem Migueles (NOVO), Carlos Osório (PSDB) e Indio da Costa (PSD). Marcelo freixo (PSOL), Jandira Feghali (PCdoB), Cyro Garcia (PSTU) e Alessandro Molon (Rede) enviaram seus candidatos a vice-prefeitos. Marcelo Crivella (PRB), Flávio Bolsonaro (PSC) Pedro Paulo (PMDB) não compareceram, nem enviaram representantes.

Eleições Rio 1909

Logo no início do debate, o candidato do PSDB Carlos Osorio aproveitou para criticar a ausência de dos adversários no encontro com estudantes. Também investiu nos ataques às propostas de Pedro Paulo, a Paes e ao PT, citando a prisão pela Operação Lava-Jato de João Santana, marqueteiro responsável pelas campanha de Dilma à Presidência.

? Temos aqui três ausências recorrentes. Dos candidatos Pedro Paulo, Marcelo Crivella e Flávio Bolsonaro. É lamentável. Eles só vão em locais onde há uma plateia coreografada. Aqui, há uma plateia bem informada, de opinião ? alfinetou Osorio.

Os ataques não ficaram restritos à dicotomia esquerda e direita. Houve troca de acusações, por exemplo, entre candidatos do PSOL, PT e PSTU. Apesar do consenso em relação ao impeachment, os vices de Jandira e Freixo, respectivamente, Edson Santos (PT) e Luciana Boiteux (PSOL) trocaram farpas sobre coalizões envolvendo partidos de direita.

? Nós trabalhamos num projeto nacional. Tivemos que fazer coalizões, com o PMDB, para aprovar ações e políticas públicas do governo federa, que melhoraram a vida da população brasileira, o Bolsa Família, as contas para negros em universidade. É muito simples dizer que é puro. Há 28 alianças eleitorais feitas pelo PSOL no país ? afirmou Edson Santos, ao ser perguntado sobre o apoio do partido aos governos peemedebistas no Rio.

? Não participamos do governo de Eduardo Paes. Nosso programa foi coerentes. Mesmo que o PMDB faça parte de um governo golpista, não venha basta falar, tem que mostrar coerência. O PSOL fez alianças programáticas. Não dá pra dizer que os fins justificam os meios ? rebateu Luciana Boiteux.

Indio da Costa chegou usou parte do seu tempo no debate para abordar o segundo turno. Tecnicamente empatado em segundo lugar, segundo o Ibope, o candidato do PSD voltou a afirmar que é o único capaz de vencer Crivella:

? Eu ganho do Crivella no segundo turno, ao contrário dos demais candidatos aqui. Pensem bem. Ser governado pelo Edir Macedo e o (Antonny) Garotinho é o fim ? concluiu.

Os vices de Jandira, Freixo e Cyro Garcia, respectivamente foram os que mais abordaram o impeachment ao longo do debate.

? Primeiramente, fora temer, governo golpista. Cabe ao povo restabelecer a democracia ? disse Edson, na sua primeira fala.

Na mesma linha, Luciana se manifestou contra Temer e também aproveitou para atacar os governos do PMDB:

? Primeiramente fora, Temer, mas também fora PMDB. Perguntem onde estavam nos últimos anos os demais candidatos? ? provocou Luciana, em referência aos adversários que ocuparam cargos na gestão de Eduardo Paes, Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão.