Cotidiano

Ataque islamita a hotel deixa pelo menos 11 mortos na Somália

2016 919066619-201606251514150301_AFP.jpg_20160625.jpgMOGADÍSCIO ? Pelo menos 11 pessoas pessoas morreram neste sábado em um ataque com explosivos e arma automática em um hotel de Mogadíscio, capital da Somália. O ataque foi reivindicado nas redes sociais por insurgentes islamitas al- Shabaab.

? As forças especiais terminaram a operação depois de terem matado três agressores no interior do hotel. Onze civis, entre eles dois médicos, morreram no ataque ? declarou à imprensa o porta-voz do ministro da Segurança, Abdi Kamil Shukri.

Além dessas vítimas, o ataque deixou 20 feridos, segundo as autoridades. O balanço anterior era de pelo menos cinco mortos, entre eles três agentes das forças de segurança.

O ataque foi reivindicado pelos insurgentes islamitas somalis da al-Shabaab em um comunicado enviado pelas redes sociais.

? O tiroteio começou depois de uma grande explosão ? afirmou Abdihafid Mudey, que mora próximo ao hotel Naasa Hablood. ? Não sabemos o que está acontecendo porque estamos no chão, como forma de proteção.

Fontes das forças de segurança confirmaram à AFP que o estabelecimento era alvo de um ataque, mas sem revelar detalhes.

Às 16h30 (10h30 de Brasília), os correspondentes da AFP em Mogadíscio ouviram uma forte explosão. Um fotógrafo se aproximou do local e ouviu tiros de armas automáticas que procediam da direção do hotel.

O ataque aconteceu pouco mais de três semanas depois de uma ação contra o hotel Ambassador em 1º de junho, que deixou 10 mortos.

O Naasa Hablood é um hotel que recebe políticos e membros da diáspora. O estabelecimento fica na altura do quilômetro quatro, na zona norte da capital.

Nos últimos meses, os islamitas da al- Shabaab, que desejam derrubar o governo somali, intensificaram os ataques contra restaurantes e hotéis de Mogadíscio.

MESMO MODO DE OPERAR

Os ataques contra hotéis executados pelos grupo extremista têm o mesmo estilo. Um carro-bomba avança contra o local e depois um grupo armado entra no estabelecimento para matar os clientes e funcionários.

No dia 1º de novembro do ano passado, 12 pessoas morreram da mesma forma no ataque do hotel Sahafi, situado no centro de Mogadíscio e frequentado por parlamentares, funcionários públicos e homens de negócios.

No final de fevereiro, atacaram o hotel YSL, situado no centro da capital, com um carro repleto de explosivos, mas não conseguiram entrar no local.

A força da União Africana na Somália (Amisom) expulsou os integrantes da organização de Mogadíscio em agosto de 2011.

Os rebeldes perderam vários redutos, mas continuam controlando zonas rurais, a partir das quais executam operações de guerrilha e atentados suicidas, às vezes até na capital, contra os símbolos do frágil governo somali ou contra a Amisom.

Nos últimos meses, reivindicaram várias operações, tanto em Mogadíscio como contra as bases da Amisom. Em janeiro, destruíram totalmente uma base do contingente queniano da Amisom no sul da Somália, onde apreenderam armas e grandes quantidades de explosivos.