Cotidiano

Assange completa 4 anos em embaixada em Londres: 'Muito isolado'

LONDRES – O fundador do site de vazamentos de informações WikiLeaks, Julian Assange, de 44, completou neste domingo (19) quatro anos refugiado na embaixada do Equador em Londres, uma data marcada com manifestações em seu apoio em várias capitais europeias.

Várias personalidades – como Patti Smith, Brian Eno, PJ Harvey, o filósofo e ativista Noam Chomsky, o ex-ministro grego das Finanças Yanis Varoufakis, os cineastas Michael Moore e Ken Loach e a estilista Vivienne Westwood – mostraram seu apoio ao “ciberguerreiro” com músicas e discursos em cidades europeias, entre elas, Atenas, Paris, Milão, Berlim e Bruxelas.

“Normalmente, estou muito isolado aqui na embaixada”, contou Assange em um vídeo transmitido ao vivo. “É incrível sentir que tenho tanto apoio”, acrescentou em seu discurso, que fez parte de vários atos de apoio ao ativista.

Em Madri, o ato de apoio a Assange, uma celebração organizada pelo eldiario.es, contou com a participação do ex-magistrado Baltasar Garzón. Para ele, o fundador do WikiLeaks é uma “vítima da perseguição política”.

“O crime de Julian Assange foi violar os princípios fundamentais do governo, foi levantar o véu do sigilo que protege o poder do escrutínio”, afirmou Chomsky.

Para Varoufakis, o tratamento de quase isolamento de Assange é uma tentativa de “matar (…) qualquer indício de democracia”.

Outros atos estão previstos para esta semana em capitais como Nova York, Quito, Buenos Aires e Montevidéu.

Assange se refugiou em 19 de junho de 2012 na sede diplomática equatoriana em Londres para evitar sua extradição para a Suécia, onde seria interrogado por delitos sexuais que ele nega.

O fundador do WikiLeaks assegura que o pedido sueco é uma manobra para que ele seja entregue aos Estados Unidos. Lá, teme ser condenado por ter vazado, em 2010, cerca de 500.000 documentos confidenciais sobre Iraque e Afeganistão e 250.000 comunicações diplomáticas, os chamados “cables”.

A plataforma foi criada por Assange em 2006.

O sistema judicial britânico “foi manipulado para permitir manter isolado um homem corajoso”, considerou o cineasta Ken Loach.

“Deveria poder sair desse lugar sem medo de ser extraditado e entregue àqueles que querem prejudicá-lo”, acrescentou o ganhador da última Palma de Ouro, em sua mensagem de apoio.