Cotidiano

Alvo da Lava-Jato, líder do governo Temer na Câmara minimiza investigações contra ele

BRASÍLIA – O deputado André Moura (PSC-SE) disse que foi convidado, na noite de terça-feira, pelo próprio presidente interino Michel Temer para ser o novo líder do governo na Câmara e já pretende mostrar serviço hoje, na votação de medidas provisórias que trancam a pauta da Casa. Moura minimizou o fato de ser réu em ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF) e estar sendo investigado na Operação Lava-Jato. Um dos aliados mais próximos do presidente e deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Moura negou que ele terá influência em sua liderança.

Governo Temer (ESPECIAL)

? O presidente Eduardo Cunha foi importante no processo de impeachment, teve a coragem de deflagrar naquele momento. Mas o presidente Eduardo Cunha não terá influência nenhuma na minha liderança do governo. Sou líder do governo Temer que vai reunificar o país. O presidente Eduardo Cunha não terá influência nenhuma ? garantiu o novo líder, agradecendo os líderes que apoiaram sua indicação.

Com a articulação de Cunha, o nome de André Moura foi apresentado a Temer por 13 partidos que formam o chamado Centrão, partidos que apoiavam Dilma Rousseff , mas que agora estão na base de Temer. Os 13 partidos têm 291 deputados e pressionaram Temer a aceitar a indicação. Antes desse movimento, Temer estudava indicar o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a vaga.

Pela manhã, o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), criticou a maneira como foi feito o anúncio, sem que ele tivesse sido comunicado previamente pelo governo Temer.

? Não vi reação à indicação. É natural que tenhamos partidos que defendiam outros nomes, mas somos uma só base ? disse Moura.

INVESTIGAÇÃO

Um dos inquérito contra apura crime de tentativa de homicídio simples. Segundo Moura, já foi pedido arquivamento no Tribunal de Justiça de Sergipe por falta de provas e o Ministério Público apenas recorreu por ser “de praxe”. Ele também minimizou o fato de estar sendo investigado na Lava-Jato.

? Vejo com muita tranquilidade. Um deputado que fui um dos quatro subrelatores, atuei da maneira que atuei, é um deputados que não tem o que temer. Não recebi doação de nenhuma das empresas envolvidas na Lava-Jato, não tem nenhum tipo de diálogo meu com envolvido, não tem delação. Meu nome foi incluído porque, entre aspas, “fui agressivo, carrasco” durante a oitiva dos membros da Chaim. A maneira que me comportei já fala por si só ? disse Moura, acrescentando:

? Fui agressivo com réu confesso da Lava-Jato. E com envolvimento no assassinato do Celso Daniel, Eu não poderia ter tido outra atitude. Se é motivo para me colocar como investigado, paciência.

O novo líder quer votar hoje duas das quatro MPs que trancam a pauta: a que trata de medidas contra o Zika virus e a que trata do setor elétrico. Moura disse que fez um apelo para que o presidente interino Waldir Maranhão (PP-MA) abra mão de presidir a sessão de hoje para que a Casa possa funcionar. Ontem Maranhão, me sessão de debates, foi questionado e cobrado a renunciar ao cargo. Amanhã não haverá votação, só sessão de debates. Segundo Moura, como o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-BA) se recusa a renunciar, é preciso trabalhar e ajudá-lo na condução compartilhada da Câmara.

? Temos que trabalhar com o que é possível ? disse Moura

O novo líder não quis falar sobre a resistência da base aliada de Temer em votar a recriação da CPMF