Cotidiano

Agências de câmbio amargam queda com dólar acima de R$ 3,50

Cotação traz prejuízos aos correspondentes cambiais

Cascavel – Quem pretende viajar para o exterior, mais precisamente aos Estados Unidos, é bom preparar o bolso, pois a cotação da moeda norte americana só tem aumentado nas últimas semanas e segundo especialistas, as notícias não são nada animadoras. Tem gente apostando que U$ 1 vai custar R$ 4.

Com isso os correspondentes cambiais ou as “casas de câmbio” como são conhecidos, têm registrado queda na comercialização do dólar.

Para se ter ideia, em janeiro passado o dólar turismo estava cotado a R$ 2,79, em fevereiro saltou para R$ 2,98, em março chegou a R$ 3,25, abril baixou na média para R$ 3,24, em maio para R$ 3,23, em junho subiu novamente e chegou a R$ 3,28, em julho saltou para R$ 3,41 e agosto iniciou, em média, a R$ 3,67.

Segundo a gerente de uma agência de câmbio Regina Yamamura, o valor de compra e venda é repassado em formato de tabela pela corretora de câmbio nacional.

“Sentimos que o volume diminui nos últimos dias, principalmente o de pessoas que nos procuram para viajar. Hoje quem comprou dólar lá atrás e guardou nos procura para fazer a troca da moeda” comenta.

Quem precisa mandar dinheiro para fora do Brasil também está pagando mais.

“A taxa cambial varia conforme o país. Para o Haiti, por exemplo, a cada U$ 100 é cobrada uma taxa de U$ 4,5 por envio. Para os EUA a taxa é próxima de U$ 22. Ela Vaira diariamente”, explica.

Diogo Santos Carvalho também é responsável por uma casa de câmbio e está assustado.

“Houve uma queda brusca nos últimos dias. O dólar só tem subido e afastando nossos clientes. Muitos estão esperando a moeda baixar para voltar a comercialização. O dólar hoje está quase alcançando o euro”, reclama.

Déficit x inflação

Para o economista de mercado Camilo Motter a disparada do dólar está relacionada à economia do País.

“O grande problema é o déficit público com valores altos demais. O governo federal não consegue aprovar medidas que passem pelo Congresso Nacional. O que torna mais suscetível o endividamento público. Para quem está exportando, o dólar é favorável e também torna o Brasil mais competitivo”, ressalta.

Já para quem busca serviços ou produtos no exterior, o processo é inverso.

“Quem depende da compra de mercadorias de fora está sofrendo muito. Torna-se menos competitivo e assim os investidores buscam outras alternativas, consequentemente outros países”, destaca Motter.

(Com informações de Eliane Alexandrino)