BRUXELAS – A regulação financeira após a crise financeira dá apoio à estabilidade, e a ideia de afrouxar as regras que os bancos devem seguir é ?muito preocupante?, disse o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, nesta segunda-feira. TRUMP 0602
Na semana passada, o presidente americano, Donald Trump, determinou a revisão da lei financeira sobre a reforma de Wall Street, que impôs regulações bancárias após a crise de 2008 para evitar novos choques econômicos.
? A última coisa de que precisamos neste momento é o afrouxamento de regulação ? afirmou Draghi ao comitê de assuntos econômicos do Parlamento Europeu em Bruxelas. ? A ideia de repetir as condições que estavam em vigor antes da crise é algo que é muito preocupante.
Na sessão de perguntas e respostas no Parlamento Europeu, o presidente do BCE ressaltou, ainda, que não vê motivos para remover as regras que geraram ?uma indústria de serviços bancários e financeiros mais fortes do que antes da crise?.
? O fato de que não estamos vendo o desenvolvimento de um risco significativo à estabilidade financeira é a recompensa para a ação adotada por legisladores e reguladores e supervisores desde que a crise financeira eclodiu ? acrescentou Draghi.
A decisão de Trump tem sido criticada desde seu anúncio na última sexta-feira. A mudança foi alvo de reclamações de Democratas, que alegam que o presidente republicano quer desfazer mudanças pensadas para proteger tudo, de investidores comuns ao sistema bancário mundial.
PRESENTE DE DIA DOS NAMORADOS PARA WALL STREET
Um dos membros do partido democrata que criticaram a medida foi Vicente González, do Texas.
?Não podemos voltar às catástrofes financeiras que nós tivemos no passado? disse o deputado, segundo o site The Hill.
?Em vez de lutar pelas famílias que trabalham duro e são exploradas pela nossa economia, como ele prometeu na campanha, o presidente e seu gabinete bilionário abandonaram Main Street para permitir a corrosiva exploração pelos bancos de Wall Street sobre os americanos que trabalham duro?, acrescentou Nancy Pelosi, líder da minoria na Câmara, ainda conforme o The Hill.
Nesta segunda-feira, foi a vez da colunista do jornal britânico ?The Guardian? Jill Abramson disparar contra a revisão das regulações. Na avaliação dela, desmontar a Dodd-Frank é o ?presente de Valentine?s Day de Trump para Wall Street?, em referência ao dia 12 de fevereiro, quando se comemora o dia dos namorados nos EUA.
No texto, ela lembra que, na última sexta-feira, o presidente americano se reuniu com Jamie Dimon e Larry Fink, os diretores executivos do banco JPMorgan e da maior gestora de investimentos BlackRock, respectivamente, e afirma:
?Ele tinha um enorme presente para eles: a destruição da regulação financeira Dodd-Frank, que foi aprovada para proteger os consumidores depois da crise financeira de 2008, mas que foi considerada excessivamente pesada pelos banqueiros?.
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