Cotidiano

Acic e Caciopar renovam apoio à Operação Castra

Entidades que representam cerca de 30 mil empresas afirmam que prisão de criminosos é um princípio fundamental em uma democracia

Cascavel – Diante de manifestações de líderes da esquerda, inclusive de parlamentares ligados ao PT e ao PCdoB, que tentam desqualificar o trabalho da polícia que levou à prisão oito líderes sem-terra, na semana passada, Acic e Caciopar emitiram ontem nota em conjunto sobre a Operação Castra. No documento, enviado à imprensa e também destinado ao governo estadual, à Casa Civil e à Secretaria de Segurança Pública, as entidades afirmam que as leis e a Constituição devem ser respeitadas para o bem do Brasil e de sua democracia.

A Operação Castra levou à prisão oito integrantes do MST na região Sudoeste acusados de vários crimes pela Polícia Civil. Entre eles estão furto e dano qualificado, roubo, invasão de propriedade, incêndio criminoso, cárcere privado, lesão corporal, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e constrangimento ilegal. Entre os presos está um vereador eleito em Quedas do Iguaçu, Claudelei Torrente de Lima (PT), conhecido por Cachorro. Em nota oficial no dia da operação desencadeada pela Polícia Civil, o MST afirmou que o Movimento tem sido vítima de perseguição e de criminalização de seus líderes no Paraná. Acompanhe a íntegra da nota distribuída ontem pela Acic e Caciopar:

“Carta aberta em defesa da Operação Castra

 O Brasil vive um dos momentos mais importantes de sua história e de sua jovem democracia. Uma época de profundas reflexões e de questionamentos sobre princípios, virtudes e verdades. Vivemos um tempo também em que a essência da Constituição, do valor das instituições e dos pilares do respeito mútuo estão à prova.

 A Acic, a Associação Comercial e Industrial de Cascavel, e a Caciopar, Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná, atuam respectivamente há 56 e há 40 anos na defesa de princípios éticos, morais e de convivência pacífica que consideram os mais corretos na construção de uma comunidade e de um país melhor, mais justo, de oportunidade e próspero.

 Entidades que representam perto de 30 mil empresas dos mais diversos setores e portes, Acic e Caciopar ao longo de suas trajetórias se colocam ao lado de projetos e de lutas que consideram justas e nobres. É por isso que, a exemplo do que fizeram há poucos dias atrás, voltam a manifestar irrestrito apoio à Operação Castra, tão brilhante e competentemente conduzida pela Polícia Civil e pela Secretaria da Segurança Pública do Paraná.

Com coragem, ética e com o suporte da lei, as forças policiais levaram à prisão líderes de um esquema perverso, que praticou inúmeros crimes e durante anos manteve sob regime de medo famílias de trabalhadores, de agricultores, de empreendedores e líderes de Quedas do Iguaçu e cidades vizinhas.

Sob a omissão de um regime de governo que se pautou pela mentira e pelo saque ao dinheiro público, esses quadrilheiros, que são membros do MST, agiram ousadamente à margem da lei. E assim o fizeram não em nome da reforma agrária, mas para obter vantagens pessoais. O enriquecimento ilícito, como a polícia comprova nos autos, era de fato o real interesse desse grupo, que espalhou medo, ameaças e desesperança.

 A Acic e a Caciopar apoiam, e toda entidade decente desse país certamente pensa da mesma forma, toda ação que coloque na cadeia pessoas que utilizem o crime como forma de ascensão. As entidades que encampam esse documento não aceitam e não toleram o uso da pressão e de ameaças de movimentos e de pessoas, sejam elas quem forem, a fim de que marginais tenham a sua prisão relaxada.

Se a polícia agiu e desencadeou a Operação Castra é porque há provas dos crimes cometidos por esses líderes do MST. Seria contra a própria lei atuar ou tentar criminalizar pessoas que nada devem ou nada fizeram contra outros. Não é assim que os princípios tão caros à democracia e à Constituição funcionam e foram construídos. Por isso, é lamentável que alguns, ao se deixar cegar pelo fanatismo ideológico, tentem desestabilizar uma sociedade inteira ao afirmar que os sem-terra foram presos de foram arbitrária. A sociedade brasileira é feita em sua grande maioria de pessoas respeitosas e que não aceitam, não toleram e não se curvam à manipulação e à mentira.

A lei precisa ser respeitada e praticada. Ninguém está acima dela ou pode querer se colocar acima dela. Todo cidadão tem direito à defesa, mas nenhum deles pode ter o direito ou a pretensão de se colocar fora do alcance dela, das instituições e dos direitos e deveres que regem os valores democráticos. As bases sob as quais o Brasil está alicerçado dizem que o criminoso, esse sim, e não as pessoas de bem, devem ir para a cadeia e pagar pelos seus atos e erros.

Caso prevaleça o contrário e se favoreça o crime e o criminoso, então o Brasil fracassou enquanto país, enquanto unidade federativa e enquanto democracia. Se fora da lei não for punido então enfrentaremos o agravamento de um sério desvirtuamento de tudo o que é entendido e pactuado como certo, justo e virtuoso.

Um país que quer ser sério e desenvolvido não pode se render a artimanhas e manobras de pequenos grupos que, infelizmente, empregam o crime, a mentira e a manipulação como estratégias de sucesso. Acic e Caciopar são defensoras de um Brasil forte, harmonioso e respeitoso e isso passa pelo irrestrito cumprimento e aplicação das leis, pela força de suas instituições e pela seriedade de sua democracia”.

Acic, Associação Comercial e Industrial de Cascavel

Caciopar,Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná”.