Cotidiano

A nova cara da saúde no Rio

No momento em que o Brasil e o Estado do Rio vivem uma grave crise econômica, a prefeitura investe 26% do seu orçamento em saúde. Em termos absolutos, são R$ 5 bilhões em 2016, contra R$1,9 bilhão em 2008.

De lá para cá, a rede passou de 3.263 leitos hospitalares para 4.609 – número 40% maior do que nos hospitais municipais de São Paulo (com 2.853 leitos). E conta, atualmente, com cerca de 52 mil profissionais de saúde, quase o dobro dos 27 mil que tinha há oito anos. Na atenção básica, o programa Saúde da Família saiu de uma cobertura de 3,5% há oito anos para atuais 55%, devendo chegar a 70% até o fim do ano. São mais de seis milhões de cariocas sendo bem cuidados em postos de saúde, emergências e Clínicas da Família espalhados pela cidade.

Investimentos na rede

Nos últimos meses, a Prefeitura também incorporou à sua rede dois grandes hospitais de emergência que pertenciam ao Estado: o Albert Schweitzer (Realengo) e o Rocha Faria (Campo Grande). As duas unidades, que custarão R$ 508 milhões por ano, já recebem investimentos de mais de R$ 30 milhões cada uma. Junto com o Miguel Couto – que acaba de ganhar um novo centro de trauma e laboratório de ensino e pesquisas – essas unidades são exemplos dos esforços feitos pela Prefeitura do Rio para oferecer à população serviços de saúde dignos.

Foi o que atestou a fotógrafa Carla Cristina dos Santos, numa tarde de junho, quando chegou ao Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, depois de um acidente de carro. Levada para o novo centro de trauma da unidade, foi examinada, fez uma tomografia e, como o quadro não era grave, uma hora mais tarde estava liberada. Para ela, uma realidade muito diferente da que imaginava encontrar:

– Fiquei surpresa com a rapidez. Fui muito bem atendida. Muitas vezes, no hospital particular a lotação e a espera são maiores – disse.

Atendimento para quem mais precisa

Do outro lado da cidade, na Zona Oeste, os hospitais Albert Schweitzer e Rocha Faria, recém municipalizados, retomam a rotina de atendimentos.

O pequeno Arthur, de apenas 3 meses, já está usufruindo as melhorias. Ele tem cardiopatia (uma anormalidade no coração) desde que nasceu e, no meio de uma crise de falta de ar, não precisou esperar para ser atendido quando chegou à nova emergência pediátrica do Albert Schweitzer, levado pelo pai, numa madrugada de sábado.

– No caminho ainda pensei que podia não ter médico, como acontecia antes, mas o atendimento foi rápido. Aqui não deixa nada a desejar a qualquer hospital particular – disse Jonatas Penedo, pai do menino, que perdeu o plano de saúde há alguns meses quando ficou desempregado.

Na sala ao lado, Júlia, de 6 anos, recebia medicação depois de ter chegado ao hospital com dor no estômago e febre.

– Achei que ia esperar mais. Está tudo mais tranquilo e organizado – comentou a mãe da menina, Caroline dos Santos.

No hospital, também estão sendo reformadas e climatizadas as enfermarias e a emergência adulta. A unidade ganhou ainda um novo tomógrafo, raio-x digital, novos monitores cardíacos e mesas cirúrgicas.

Já no Rocha Faria, há obras de reformas nas enfermarias (que terão ar condicionado), na emergência e na maternidade, entre outros setores. A unidade está recebendo novo mobiliário e novos equipamentos como tomógrafo e camas pré e pós-parto.