Cotidiano

A cada dois dias surge um novo caso de HIV/Aids em Cascavel

Cascavel – No Dia Mundial de Luta contra a Aids, o Jornal O Paraná traz um dado alarmante e assustador: a cada dois dias uma pessoa descobre que está infectada pelo vírus em Cascavel. Os dados são do Cedip (Centro Especializado de Doenças Infecto Parasitárias) e se referem ao ano de 2016 na área de abrangência da 10ª Regional de Saúde.

De janeiro a novembro deste ano, o Cedip contabilizou 223 novos casos de HIV/Aids e, desse total, cerca de 80% são em Cascavel. Em um comparativo com os últimos nove anos, 2016 é o ano em que mais casos foram registrados. Segundo o Cedip, o ano em que foram registrados menos casos foi em 2009, quando 99 pessoas se descobriram infectadas. Já nos últimos três anos (2014/2015/2016) os números só aumentaram: em 2014 foram 198, em 2015 foram 221 e este ano, até agora, 223.

Ao todo, 2.599 pessoas fazem acompanhamento no Cedip, sendo 56,8% homens e 43,2% mulheres. O que mais preocupa é a principal faixa etária dos infectados é de jovens em idade reprodutiva, de 20 e 34 anos (45,2%) e de 35 a 49 anos (33,3%). Crianças e adolescentes com idade de dez a 14 anos já representam 0,5% dos casos e com idade de 15 a 19 anos, 5,5%. Adultos de 50 a 64 anos são 14,3% dos casos e idosos de 65 e 79 anos representam 1,1% do total.

A dos registros positivos à doença é de heterossexuais, com 71,6% dos casos, homossexuais representam 19,3% e os bissexuais 5,8%. Já a chamada transmissão vertical, quando a mãe transmite para o filho, representam 0,5% do total e 2,6% não informaram ou não sabem como a contaminação ocorreu.

Mortes

Apesar das formas de evitar o contágio com o vírus do HIV/Aids, como por exemplo o uso de preservativos, a doença que era a grande vilã da década de 1980 continua matando muitas pessoas. Se naquela época muitos não sabiam como se prevenir ou ainda não tinham os coquetéis que hoje são distribuídos na rede pública, atualmente algumas pessoas pensam ser imunes à doença e, pior, pensam ainda que, caso contraiam o vírus, possuem uma grande chance de sobrevida com o uso de medicamentos.

Reflexo disso é não só o aumento do número de casos, mas a grande incidência de morte em decorrência da doença. Conforme o Cedip, de 2010 até agora há uma média de 33 óbitos por ano. Em 2016, por exemplo, até novembro, 23 pessoas foram a óbito. O maior número de registro de mortes foi no ano passado, quando 41 portadores do vírus morreram; o segundo maior registro foi em 2011 com 35, seguido por 2010 com 30, 2012 com 28, 2014 com 24 e 2013 com 23.

Prevenção

Presente nas secreções dos órgãos genitais, no sangue e no leite materno, a melhor forma para evitar o contágio com o vírus é a prevenção. Dentre as formas estão o uso de preservativos em todas as relações sexuais; mulheres grávidas e seus parceiros devem fazer o exame de HIV no pré-natal e, caso um dos dois tenha o vírus, medidas devem ser tomadas para que a criança não seja infectada. A mulher que for diagnosticada com a doença receberá todo tratamento durante a gravidez, o que reduz em menos de 1% o risco de contaminação. O CEDIP realiza, de segunda a quarta-feira, das 8h15 às 17h e nas quintas-feiras das 7h às 17h o teste de HIV gratuitamente.