Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que a cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo, e no Brasil, um dos países com os maiores índices, 32 pessoas tiram suas vidas todos os dias. Em Cascavel, conforme a Secretaria de Saúde, quatro pessoas acabaram com a própria vida neste ano, e outras 13 em 2017.
As estatísticas, no entanto, podem ser muito maiores, segundo o presidente do Navivel (Núcleo de Apoio à Vida de Cascavel), Claudemir Desto. “Sabemos que os números do suicídio são maiores do que os acidentes de trânsito, porém, na maioria das vezes não são notificados”, diz.
De acordo com Desto, 79% dos casos de suicídio ocorrem entre os homens. Os outros 21% se concentram entre as mulheres. São elas ainda que insistem nas tentativas, porém, os métodos utilizados pelos homens são mais letais. “Geralmente, o homem não demonstra seus sentimentos, não fala sobre os problemas que o levam a atitudes extremas. Já as mulheres têm o hábito de conversar mais sobre suas angústias, de procurar ajuda, ao mesmo tempo em que suas tentativas de suicídio são por meio de métodos mais ‘suaves’, que por vezes não se concretizam”, explica.
Pela vida
Por conta disso é que um grupo de pessoas decidiu criar o Navivel (Núcleo de Apoio à Vida de Cascavel), que faz parte do CVV, que é o Centro de Valorização da Vida, presente em 19 estados e 70 cidades brasileiras, implantado no País na década de 1960. O Centro vai proporcionar a partir de agosto deste ano uma linha telefônica exclusiva para quem precisa conversar.
“Haverá um telefone liberado para quem está se sentindo mal, que queira conversar ou que esteja pensando em suicídio. Sempre terá alguém disponível para ouvi-la, independente de horário”, explica Desto. Para falar com um dos voluntários basta ligar no 188. Não há custo nem tempo determinado à ligação. “Queremos ser aquele ponto de convergência, um catalizador de ações, ter um grande envolvimento quando o assunto é prevenção ao suicídio”, afirma.
Treinamentos
Enquanto a rede ainda não está ativa, o Núcleo dará início aos treinamentos dos voluntários nos meses de junho e julho. As aulas serão divididas em cinco sábados. Cada um terá de prestar atendimento por no mínimo quatro horas semanais, e não precisa ser especialista no assunto para querer ajudar.
