Leia Mulheres é um projeto nacional que busca estimular a leitura, o debate e a divulgação de livros escritos por mulheres de diferentes gêneros, nacionalidades e temáticas. O coletivo quer ainda criar um novo espaço de convívio para trocar experiências e ideias partindo das questões apresentadas pelas autoras. Um grande sucesso em todo o Brasil, o coletivo existe há quatro anos, está presente em mais de cem cidades e já promoveu a leitura e discussão de mais de 3 mil livros.
Em Cascavel, o primeiro encontro do Leia Mulheres será neste sábado, dia 13 de abril, às 16h30, no Sesc/Cascavel, na Rua Carlos de Carvalho, 3.367 – Centro. As mediadoras dos encontros serão Juliana Matos e Regina Krauss.
Uma mãe feminista, cientista social e professora, Juliana Matos explica que “sempre sentiu a necessidade de compartilhar as leituras que fazia e poder dividir as reflexões sobre o feminismo, a maternidade, o trabalho e todas as grandes questões que as mulheres enfrentam, em geral, sozinhas”.
Já a jornalista Regina Krauss acrescenta que, “muito além de clubes do livro, emergiu um movimento que amplificou as vozes femininas na cultura e questionou na imprensa, nas redes sociais e no mercado editorial o cânone literário, composto prioritariamente por autores homens”.
O projeto Leia Mulheres não tem fins lucrativos e a participação, além de absolutamente gratuita, é aberta a todos e todas. O primeiro encontro em Cascavel acontecerá no Sesc, mas as mediadoras têm o propósito de promover as reuniões em diferentes bairros e locais a cada mês. O livro escolhido para a primeira conversa é “Um teto todo seu”, de Virginia Woolf, um ensaio acerca das condições sociais da mulher e a sua influência na produção literária e no desenvolvimento da plena capacidade intelectual e criativa das mulheres.
Quem se interessar pode conhecer mais o projeto pela internet e pelas redes sociais. Em Cascavel, há eventos no Facebook para os encontros e o perfil do instagram leiamulherescascavel.
Conheça o projeto
Em 2014 a escritora inglesa Joanna Walsh propôs o projeto #readwomen2014 (#leiamulheres2014) que consistia basicamente em ler mais escritoras. Em 2015, Juliana Gomes, Juliana Leuenroth e Michelle Henriques começaram o projeto em São Paulo, a partir da organização de clubes de leitura e de eventos sobre literatura em livrarias, centros culturais e bibliotecas. De lá para cá, tanto o grupo brasileiro quanto a discussão da representatividade das mulheres em todos os espaços sociais só cresceu.
Autoras já consagradas, como Virginia Woolf (1925), Simone de Beauvoir (1949), Carolina de Jesus (1960), Sylvia Plath (1963) e Margaret Atwood (1985); e autoras atuais, como Chimamanda Ngozi (2014), Rupi Kapur (2017) e Angélica Freitas (2017) voltaram a ser relançadas por editoras brasileiras e o número de vendas foi surpreendente. Escrito por Margaret Atwood, O conto da aia (The Handmaid’s Tale, no título original), figurou na lista dos dez livros de ficção mais vendidos em 2017 no Reino Unido. Atwood também teve seus livros The Handmaid’s Tale e Alias Grace adaptados para a televisão em séries premiadas.