Cascavel – A cidade de Cascavel está entre os 149 municípios do Paraná que tiveram destaque na redução de índices de desigualdades raciais, socioeconômicas e sociais nas escolas municipais. Os dados foram apontados no levantamento do Ministério da Educação, na avaliação do Ideb (índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
Os bons índices atingidos por Cascavel serão recompensados em forma de um “plus” de R$ 4.223.786,78 nos repasses do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação). O valor se refere à complementação-VAAR da União ao Fundeb.
A secretária de Educação de Cascavel e presidente da Undime-PR (União dos Dirigentes Municipais de Educação do Estado do Paraná), Marcia Baldini, explicou que, para atingir esses índices os municípios precisaram passar por uma avaliação de gestão, que levou em conta dados do censo escolar e indicadores decodificados do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica).
“Esse repasse é realizado encima dos tópicos de gestão e aprendizagem entre os alunos, a proficiência em língua portuguesa e matemática e a redução das desigualdades raciais, socioeconômicas e sociais. Isso é medido pelos dados socioeconômicos, pelos próprios dados de censo e pela aprendizagem. Se aquele aluno declarado como negro, como vulnerável socialmente, que tem uma renda inferior, se ele não conseguiu progredir na escolarização na língua portuguesa e matemática, o município não consegue atingir esse indicador.”
Dos 399 municípios do Estado do Paraná apenas 149 conseguiram atingir os cinco indicadores que são utilizados para a realização da análise técnica, ou seja, 250 dos municípios não conseguiram reduzir as desigualdades. Cascavel foi um dos municípios que se destacou por conseguir reduzir os índices de desigualdades.
Desafio
“Mediante todo o trabalho que foi realizado pelos nossos profissionais, comparando as outras avaliações, nós rendemos e conseguimos estar contemplados com essa complementação.”
Segundo Baldini, esses índices trazem um desafio para o Poder Público, que precisa pensar a educação e gestão como um todo, com um olhar de equidade.
“Temos municípios que tiveram uma nota estourada no Ideb, foram um dos maiores do Brasil e do Paraná e que acabaram não conseguindo reduzir as desigualdades. Os alunos mais vulneráveis, alunos negros, indígenas, com índice maior de pobreza não conseguiram evoluir na aprendizagem. Então é necessário olhar com equidade para o município, para as escolas e para as salas de aula. Esse novo dispositivo traz um grande desafio, pois precisamos pensar a gestão como um todo, temos que olhar os alunos como um todo. Aqueles alunos que vão muito bem e principalmente aqueles alunos que possuem dificuldades. Outro aspecto também é o próprio investimento da administração, dos prefeitos, dos municípios, porque é necessário ter investimentos para dar condições de trabalho para que o ensino aconteça.”
Segundo a secretaria de Educação, os valores recebidos tem um significado especial para o Município. “Cascavel vai receber uma fatia de pouco mais de quatro milhões. Frente ao montante do valor da educação ele não é um valor muito grande, mas ele tem um significado muito grande para nós, porque mostra e demonstra todo o resultado do empenho dos nossos profissionais que compõe a rede pública municipal de ensino e da administração municipal que vem investindo e priorizando a educação como política pública.”
Responsabilidade maior
De acordo com Marcia, os municípios do Paraná que não conseguiram atingir os cinco indicadores além de não receber o valor de complementação também terão responsabilidade dobrada em 2023. “Não vão receber esse valor a mais e terão várias questões do próprio indicador, pois vão ter uma responsabilidade dobrada em 2023 para tentar reduzir as desigualdades, porque nós não podemos, em um município tem tantas escolas diferentes, algumas com o Ideb lá encima e outras com o Ideb lá embaixo.”
A secretaria aduz ainda que Cascavel já começou a preparar um pacote de ações para buscar diminuir ainda mais esses índices de desigualdades. “Estamos preparando um pacote de ações para esse ano encima de 23 escolas que nós consideramos frágeis, muito frágeis em relação a aprendizagem dos alunos.”
De acordo com Baldini, as escolas de algumas regiões da cidade têm uma atenção maior da secretaria de Educação para a diminuição dessas desigualdades.
Foto: Secom