Quem passa agora em frente ao ponto de ônibus, localizado na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Brasília, em Cascavel, tem no cenário uma geladeira, toda colorida. O eletrodoméstico, porém, não está sendo usado para sua finalidade habitual: a geladeira, na verdade, se tornou uma biblioteca, graças à ideia de acadêmicas de Arquitetura do Centro Universitário FAG.
A professora do curso de Arquitetura e Urbanismo, Andressa Ruschel, responsável pela disciplina de Estudo do Habitat, em um dos trabalhos do bimestre solicitou que a turma relatasse a realidade de um bairro a partir de entrevistas com moradores, elencando, entre outras questões, os problemas da localidade. Em um segundo momento, o pedido foi propor soluções para essas questões. A última etapa foi a aplicação de uma dessas propostas. No bairro Periolo, as acadêmicas, Fernanda Talita Martins Teixeira e Giovanna Maria Polina, detectaram como dificuldades a falta de linhas de transporte público e o tempo que os moradores precisam ficar aguardando o coletivo. Dessa forma, elas pensaram em algo que tornasse a espera mais agradável, implantando a Biblioteca Solidária.
A geladeira foi uma doação da empresa Técnica do Lar. Ela já não tinha mais conserto e viraria entulho. Nas mãos das meninas, ganhou vida nova, tornando-se suporte para os livros. Com a ajuda da empresa Adesimais, as acadêmicas fizeram a customização. Elas conseguiram arrecadar livros com pessoas próximas, além de doarem exemplares próprios, e encheram a geladeira com 50 livros. No sábado (14) fizeram a instalação. A ideia é a seguinte: a pessoa pode ler durante a espera do ônibus e, caso queira levar para casa, precisa deixar outro livro em troca. "Esperamos que o espaço seja usado da melhor forma possível, que os moradores gostem e virem adeptos da ideia, sempre cuidando e respeitando o espaço", pontua Giovanna.
E a intenção é não parar na primeira Biblioteca Solidária: "a partir de agora vamos analisar como será o funcionamento do projeto e, caso o resultado seja positivo, pretendemos ampliá-lo para outros bairros da cidade", complementa Giovanna. "Elas foram além, não pensaram apenas em cumprir a diretriz do trabalho. Com uma iniciativa como essa, o acadêmico de Arquitetura e Urbanismo acaba participando mais da realidade, sai do 'mundo perfeito' da sala de aula e percebe qual a verdadeira necessidade da população. Foi uma atividade muito positiva", expressa a professora, Andressa Ruschel.
A dupla criou um perfil no Instagram para quem se interessar em doar: @bsolidaria. Além disso, também há um e-mail para contato: [email protected].