Cotidiano

Zuma sobrevive a tentativa de partidários de forçá-lo a renunciar

South Africa Zuma-GRN313CEG.1.jpgPRETÓRIA – O presidente Jacob Zuma sobreviveu a uma tentativa de seus partidários do governo sul-africano de forçá-lo a renunciar, anunciaram meios de comunicação locais. Ao menos três ministros sul-africanos pediram sua demissão, por conta do envolvimento em uma série de escândalos de corrupção. Os chefes das pastas de Turismo, Saúde e Obras Públicas levantaram a questão na reunião da direção do Congresso Nacional Africano (ANC, partido governante). O comitê tem poder para forçar Zuma a renunciar à Presidência, se chegar a um consenso. ZUMA

Desde sábado, os dirigentes do ANC mantêm reuniões a portas fechadas em um hotel de Pretória sobre o futuro de seu líder, o presidente Zuma, cujo segundo mandato terminará em 2019. Durante a reunião, o ministro do Turismo, Derek Hanekom, e seus homólogos da Saúde, Aaron Motsoaledi, e de Obras Públicas, Thulas Nxesi, avivaram o debate ao propor a renúncia de seu chefe. O encontro que deveria durar até domingo, foi prolongado até segunda-feira.

O partido do falecido Nelson Mandela atravessa uma crise provocada pela derrota nas eleições municipais de agosto e pelos casos de corrupção em que Zuma está envolvido.

O presidente, de 74 anos, teve que reembolsar este ano cerca de 500 mil euros (532 mil dólares) em um caso de abuso de bens sociais relacionado com a reforma de sua residência privada em Nkandla. O dirigente também enfrenta a possível reabertura de 783 acusações de corrupção vinculada à assinatura de um contrato de armamento.

No início deste mês, um relatório da mediadora da República, encarregada de monitorar o uso adequado do dinheiro público, trouxe à luz um possível caso de colusão entre o presidente e uma família controversa de empresários indianos, Gupta.

Nas últimas semanas, vários líderes abriram a porta para uma possível renúncia do chefe de Estado, apoiada por numerosas figuras históricas da luta contra o apartheid.

Mas, apesar dos escândalos, Zuma continua a contar com o apoio da maioria dos membros do ANC, que recentemente rejeitou uma moção de censura apresentada pela oposição.