RIO Muitas vezes, zoológicos em espaços abertos não possuem condições adequadas para a manutenção de animais cativos. Essa situação é ainda pior em ambientes fechados, como o shopping Grandview, em Guangzhou, na China. Entre outros espécimes, o estabelecimento mantém dois ursos polares, seis belugas, cinco morsas, um lobo e raposas do ártico.
A atração foi aberta em janeiro deste ano e, desde então, tem sofrido pressões por parte de organizações de defesa dos animais. A PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) classifica o estabelecimento como um dos mais tristes zoológicos do mundo, porque os animais de lá sofrem de negligência, falta de estimulação e de luz natural. O zoológico é mantido pela Haichang Ocean Park Holdings, maior operadora de parques marinhos do país.
De acordo com a organização, os animais apresentam sintomas de distúrbios psicológicos. As morsas e as belugas são vistas nadando em círculos nos pequenos tanques e os ursos, lobos e raposas arranham as paredes.
Muitos animais cativos desenvolvem comportamentos anormais como resultado de literalmente serem levados à loucura pelo confinamento, diz a ONG.
Para tentar melhorar a situação dos animais, a organização Animals Asia criou uma campanha on-line que já levantou mais de 270 mil assinaturas. Por causa da pressão, eles foram chamados pelos proprietários do estabelecimento para vistoriar as instalações. Segundo o diretor da ONG Dave Neale, o zoológico promete melhorar as condições, mas se negam a libertar os animais.
A triste verdade é que, neste momento, nós não podemos fechar o Grandview imediatamente, afirmou Neale, em comunicado. E eles não parecem dispostos a libertar este urso, ou qualquer outro animal, ao menos no curto prazo. (…) Nós pedimos que o público da China não visitem esta atração. Nós pedimos que ela seja fechada. Esse urso sobre pelo quê? Para selfies?.
Contudo, diz Neale, as condições do cativeiro estão sendo melhoradas. As jaulas dos ursos polares, por exemplo, estão recebendo neve para cobertura do piso de cimento, e receberão outras melhorias. Entretanto, nós corremos o risco de sermos vistos como legitimadores destas condições, mas não podemos virar as costas, disse Neale. Nós queremos que eles trabalhem conosco e lutem pelo que nós acreditamos.