Cotidiano

Trump diz que foi sarcástico ao chamar Obama de fundador do Estado Islâmico

WASHINGTON ? Depois de reiterar por dois dias que o presidente americano, Barack Obama, foi o fundador do Estado Islâmico (EI), o candidato republicano Donald Trump se retratou nesta sexta-feira e disse que, na realidade, tinha feito um comentário sarcástico.

?Eles não entendem sarcasmos??, questionou Trump no Twitter.

Na quarta e na quinta-feira, em um ato de campanha e depois em uma entrevista para a TV, o magnata repetiu várias vezes que Obama e a candidata democrata Hillary Clinton eram cofundadores do grupo extremista e seus ?jogadores mais valiosos? (MVP, na sigla em inglês), usando um termo esportivo americano.

Nesta semana, o empresário de Nova York passou apertos também ao insinuar que defensores do direito ao porte de armas poderiam agir contra Hillary, comentário que mais tarde disse ter pretendido angariar votos contra a rival.

Foi a segunda vez em semanas recentes que Trump explicou um comentário polêmico dizendo ter sido sarcástico. No final de julho, ele pediu à Rússia que encontrasse dezenas de milhares de e-mails desaparecidos da época em que Hillary era secretária de Estado dos EUA, o que fez especialistas em inteligência temerem que o candidato estivesse exortando um governo estrangeiro a espionar americanos. Mais tarde ele disse estar sendo sarcástico.

Em carta ao Comitê Republicano, um grupo de 70 influentes membros do partido pediram que a legenda pare de gastar dinheiro na campanha de Trump e passe a destiná-lo à disputa legislativa de novembro.

?Acreditamos que as dissensões, imprudências, incompetência e o recorde de impopularidade de Donald Trump arriscam transformar esta eleição em uma avalanche democrata?, afirma o rascunho do texto de uma carta ao presidente do Comitê Nacional Republicano, Reince Priebus, obtido pelo “Politico”.

Nas últimas semanas um fluxo constante de republicanos moderados, como a senadora Susan Collins, do Maine, prometeu não apoiar Trump, e 50 especialistas em segurança nacional republicanos assinaram uma carta se opondo ao magnata.

Muitos republicanos não só se preocupam com um possível fracasso na disputa pela Casa Branca, mas também estão alarmados com o risco potencial às suas maiorias no Senado e na Câmara dos Deputados.

Trump vem acusando a mídia americana de tirar seus comentários do contexto, e na noite de quinta-feira alguns de seus apoiadores assediaram e insultaram repórteres que cobriam o comício em uma grande arena da cidade de Kissimmee.