LONDRES ? A ministra do Interior do Reino Unido, Theresa May, liderava nesta quinta-feira a disputa pelo cargo de primeiro-ministro do país antes da votação na qual o Partido Conservador irá reduzir a corrida a dois candidatos, com chances de duas mulheres permanecerem na batalha. A decisão irá ajudar a determinar o rumo das conversas sobre a desfiliação britânica da União Europeia (UE).
Theresa, que apelou para que os parlamentares votem nela pensando em sua grande experiência no governo, recebeu o apoio de mais da metade da legenda, passando à frente da ministra da Energia, Andrea Leadsom, e do ministro da Justiça, Michael Gove, antes da segunda etapa da votação nesta quinta-feira.
Mas sua vitória não é garantida ? o voto tático entre os parlamentares conservadores pode distorcer o resultado, e os candidatos finais terão que passar semanas tentando conquistar os membros da legenda majoritariamente eurocética, que podem acreditar que um novo rosto tem mais chance em uma eleição em 2020.
O vencedor, que será escolhido no dia 9 de setembro, também formará uma equipe para conduzir o relacionamento futuro do Reino Unido com a UE depois que o referendo do mês passado desencadeou pedidos em Bruxelas para que o país comece a negociar seu desligamento do bloco.
? Parece que será May ? disse um assessor do premier britânico, David Cameron, que deu início à disputa ao anunciar sua renúncia na manhã seguinte ao referendo no qual se decidiu pela separação da UE.
De acordo com o ConservativeHome, um site do partido governista, Theresa foi aceita por 159 dos 330 correligionários no Parlamento que declararam sua preferência, Andrea recebeu 48 votos e Gove outros 27.
Andrea recebeu um reforço nesta quinta-feira ao ser apoiada pelo ex-líder conservador Michael Howard, e o fato de ter defendido a campanha do Brexit (saída da UE) pode lhe render o apoio da maioria dos conservadores que desejam um desligamento rápido do bloco.
Falando a simpatizantes e jornalistas, ela procurou apaziguar as preocupações dos imigrantes da UE que temem ter que deixar o Reino Unido dizendo que aqueles que estão legalizados são bem-vindos para ficar. Ela também disse acreditar que a economia irá crescer após a desfiliação.
Theresa May tem um apoio mais robusto entre os parlamentares, já que conquistou 165 votos na primeira rodada, mas respaldou a campanha do Remain (permanecer) no referendo, e disse que o país deveria esperar antes de iniciar o procedimento formal de saída do bloco, o Artigo 50.