Cotidiano

Tensões entre rebeldes e regime sírio atrasam últimas retiradas de civis em Aleppo

SYRIA-CONFLICT-GQQ321OH4.1.jpg

BEIRUTE ? Um comboio de 60 ônibus para retirar civis dos bairros rebeldes de Aleppo ficou retido antes de partir nesta quarta-feira, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). Segundo a organização, que tem base no Reino Unido, milhares de pessoas não puderam deixar ainda a cidade síria e ficaram presas no local sob temperaturas congelantes. Após dias de operação de retirada, em que pelo menos 25 mil já deixaram o território controlado por insurgentes no epicentro da guerra civil, tensões entre rebeldes e o regime sírio atrapalharam as últimas retiradas de civis.

Segundo a televisão estatal, que tem uma equipe de reportagem nos arredores de Aleppo, os rebeldes apresentaram novas condições para a saída de civis, com o objetivo de impôr obstáculos ao acordo de retirada. Enquanto isso, os rebeldes culpam o governo pelo atraso nas retiradas.

A eventual saída dos últimos civis presos na zona rebelde de Aleppo, que agora já foi praticamente toda retomada pelas tropas do governo, dará controle total ao presidente Bashar al-Assad sobre a cidade. Esta seria a maior vitória para o regime desde o começo da guerra em 2011.

Na província vizinha de Idlib, outros oito ônibus que viajariam dos vilarejos de Foua e Kefraya à região de Aleppo também foram retidos desde terça-feira, segundo o OSDH. As forças do governo exigiram que moradores das duas localidades, que estão atualmente cercadas por rebeldes, também pudessem deixar o local. A estimativa da ONU é que até agora 750 pessoas tenham sido retiradas de lá.

Já em Aleppo, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha diz que cerca de 25 mil pessoas foram retiradas nos últimos dias. Na terça-feira, no entanto, o governo turco citou 37,5 mil pessoas que já teriam saído da cidade.