BRASÍLIA – Depois de receber cerca de 20 deputadas no Planalto, o presidente interino Michel Temer prometeu, em uma próxima reforma ministerial, criar um ministério para mulheres, idosos, jovens e deficientes, e não repetir um desenho ministerial exclusivamente masculino. As deputadas pediram que Temer apoiasse uma mulher para um cargo de alto escalão na Câmara, como na presidência, vice-presidência ou liderança.
Nunca tivemos um momento como hoje, de sentarmos com o presidente da República e apresentarmos nossas demandas disse Rosangela Gomes (PRB-RJ), que criticou a presidente afastada Dilma Rousseff pela falta de locução: A presidente em exercício teria essa função e ela não o fez. Nós, da bancada feminina, hoje tivemos a esperança de, pela primeira vez, ter um diálogo direto e franco.
A despeito das críticas que a gestão de Temer vem sofrendo por falta de representatividade de mulheres não há mulheres em seu Ministério , as deputadas que estiveram com o presidente interino contemporizaram e disseram que Michel Temer teve pouco tempo para montar o governo, e que os partidos só haviam indicado homens.
O que aconteceu com a ausência de mulheres não foi exatamente uma falha do presidente Michel Temer, mas uma consequência de como a política brasileira vem sendo estruturada, e que os partidos indicaram homens disse Mara Gabrilli (PSDB-SP), e complementou: A gente sabe que o presidente Michel Temer se encontra em um governo de emergência e ele precisa conseguir governar e de acordo com o Congresso.
Na reunião, foi comentada a preocupação com a presidência da Câmara: Waldir Maranhão (PP-MA) substituiu Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado pelo Supremo Tribunal Federal, mas vem sendo alvo de críticas e pedidos para que renuncie. Por isso, Temer fez um apelo para que a bancada feminina mantenha-se unida na defesa dos projetos do governo na Câmara, e que evitem obstruções. Ele pediu empenho especial com a meta fiscal, para que ele não tenha de “fechar todas as torneiras”.
Eu coloquei para ele que, na mesa de decisão dos ministérios, é preciso ter uma mulher disse a correligionária Josi Nunes (PMDB-TO).
O presidente interino pediu tempo e respondeu que está “formatando” a mudança, que acontecerá em uma próxima reforma ministerial. As deputadas também indicaram Fátima Pelaes, coordenadora do PMDB Mulher, para ocupar a Secretaria da Mulher, que será vinculada ao Ministério da Justiça.