BRASÍLIA – Diante do agravamento da crise política, com a cúpula do governo e do PMDB arrastados para o centro da Lava-Jato e com baixa popularidade, o presidente Michel Temer não cogita renunciar ao cargo.
Apesar da posição de integrantes da base aliada, caso do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que defendeu nesta terça-feira “gesto maior” de Temer abrindo mão de seu mandado, o peemedebista trabalha para garantir normalidade a sua gestão.
? O presidente não pensa em renúncia. Sabia que teria muita dificuldade para governar. O projeto dele é resgatar o país, não quer aplauso nem reconhecimento fácil ? disse ao GLOBO um auxiliar presidencial.
Este interlocutor comentou ainda que a baixa popularidade de Temer ajuda na tomada de medidas polêmicas, como a PEC do teto de gastos, aprovada nesta terça-feira, e a reforma da Previdência, que deve ser feita para dar uma nova perspectiva de crescimento ao país.
Quanto à antecipação das eleições, no Palácio Planalto, a medida é vista como “complexa”. Mesmo que haja um acordo entre os partidos, disse um auxiliar de Temer, uma proposta de emenda constitucional tem uma tramitação lenta. A eleição ocorreria, pelos cálculos de governistas, no fim de 2017. E ainda teria que se discutir como separar as eleições dos governadores, deputados e senadores, ou se elas também seriam antecipadas.
PEC DO TETO
O governo comemorou a aprovação da PEC do teto de gastos, aprovada pelo Senado por 53 votos a favor e 16 contra. A proposta será promulgada na próxima quinta-feira pelo presidente do Senado, Renan Calheiros.
Interlocutores presidenciais afirmaram que os número de votos não interferiu na vitória.Na votação do primeiro turno do projeto pelos senadores o placar foi em mais largo a favor do governo, 61 votos.
? O quorum estava mais baixo. Isso não muda nada para o governo. O que importa é a vitória e não o número de gols ? disse um auxiliar do presidente.