BRASÍLIA – Em evento em que anunciou a liberação de venda de milho para o pequeno produtor, o presidente Michel Temer aproveitou a recente queda registrada da inflação para pedir que os fatos positivos se sobreponham a fatos “criticáveis”. Em seu discurso, o presidente avaliou que é “provável” que seja possível reduzir o centro da meta de inflação dos atuais 4,5% para 4%. Depois do evento, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também falou que é “absolutamente razoável” que a inflação convirja para o centro da meta.
– A inflação deste mês de janeiro foi a melhor registrada nos últimos 20 anos. Isso tem que ser levado em conta. Nós temos que considerar estes fatos para que outros fatos eventualmente criticáveis não possam superar aqueles que são positivos para o país – disse Temer, complementando em seguida:
– A meta da inflação agora, que devemos presumi-la pelo que o Banco Central tem acentuado, é provável que nós consigamos uma inflação menor do que aquela de 4,5%, talvez de 4%. Isso significa uma esperança e uma confiança para os investidores.
A uma plateia repleta de servidores e representantes do agronegócio, o presidente afirmou que seu governo, embora tenha assumido a missão de ajustar as contas públicas, está “ao lado dos pobres do Nordeste”. Ele também enfatizou que sua gestão continua com programas sociais.
– Esse é o governo que está ao lado dos pobres do Nordeste e de todo o Brasil. Embora nosso lema seja a responsabilidade fiscal, que visa a colocar as contas em dia, não nos esquecemos daqueles mais carentes do nosso país. Porque casa que não tem conta em dia se desbanda – discursou.
O presidente voltou a dizer que seu governo é reformista e que pensa mais no futuro do que no presente. Minutos antes da solenidade no Planalto, foi divulgada uma pesquisa que mostrou nova queda da popularidade de Temer. A reprovação aumentou sete pontos percentuais de outubro para cá, segundo pesquisa realizada pelo instituto MDA por encomenda da Confederação Nacional dos Transportes (CNT). No total dos entrevistados, 44% avaliam de forma negativa a administração do peemedebista (eram 37% em outubro), 39% os que consideram regular (eram 36%) e 10% os que avaliam como positivo (contra 15% no levantamento anterior). A rejeição ao presidente subiu de 51,5% em outubro para 62%.
Segundo o Ibope, em pesquisas de julho a outubro, o percentual da população que classifica o governo Temer de “ótimo” e “bom” subiu somente um ponto: de 13% para 14%. Segundo ele, no futuro, os prejudicados serão os jovens – que tem financiamento estudantil e os demais, que perderão as ?benesses do Estado?, se o governo for” à bancarrota”.
– Vamos entregar o Brasil nos trilhos, numa bitola mais estreita ou mais larga, não sei qual é a que anda mais rápido – discursou.
Cotidiano