Faltando apenas três anos para terminar o contrato, as empresas responsáveis pelo transporte público terão que investir de maneira significativa para fazer funcionar o sistema previsto na interligação de todas as regiões de Cascavel. E é justamente esse custo que preocupa os membros do Concidade (Conselho Municipal da Cidade) que estiveram reunidos ontem. Várias mudanças que não constavam no projeto original do PDI (Programa de Desenvolvimento Integrado) foram apresentadas.
O Município estima que sejam necessários 28 ônibus novos para percorrer os corredores implantados na Avenida Brasil, Avenida Barão do Rio Branco e Avenida Tancredo Neves (esta ainda em obras). Embora não divulgada a tabela de valores, os veículos serão mais caro que o normal. O projeto inicial previa ônibus rebaixados, acompanhando a altura das calçadas; em vez disso serão adquiridos ônibus comuns, e alguns com dois elevadores – um de cada lado – o que elevará o preço em pelo menos R$ 100 mil e ainda reduzirá o espaço interno em função dos equipamentos de acessibilidade. Estes ficarão exclusivamente no atendimento aos passageiros do Terminal Sul.
A conta – ao que tudo indica – será inclusa na tarifa do transporte público, hoje de R$ 3,65. O contrato com as empresas encerra em 21 de dezembro de 2021 e uma das soluções seria prorrogar o prazo do contrato por até dez anos – o que é avaliado pela Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito. “Queremos saber da Cettrans como ficará essa questão, por isso, pretendemos convidar para próxima reunião o presidente, Alsir Pelissaro, para nos informar o que será feito, se de fato haverá impacto no preço da passagem”, diz o membro do Concidade, Antonio Vieira Martins.
Além dessas alterações, haverá taxões na Avenida Brasil e o sincronismo dos semáforos não será tão cômodo aos motoristas. Uma questão foi assegurada pela Prefeitura: a passagem será “temporal” – ou seja, possibilitando que o passageiro atravesse a cidade de um lado a outro com apenas um bilhete.
Sugestão Concidade
Diante do fim dos contratos, uma das soluções apontadas é a implantação improvisada do sistema até que uma nova licitação fosse feita pela Prefeitura. Então, nesse novo certame deveria constar os ônibus rebaixados – evitando que a tarifa fique muito elevada ao passageiro.
Onda verde
Pelo levantamento da Cettrans existem na cidade 35 cruzamentos nas avenidas que integrarão o sistema de transporte. Diante dos entroncamentos existentes, o Município teve que implantar uma onda verde “fragmentada”. “Não é possível implantar a onda verde de fora a fora. Por isso, teremos pequenos trechos de sincronia. Por até três semáforos será possível passar sem parar”, explica o engenheiro da Cettrans, Juliano Bernardin. Uma empresa foi contratada por R$ 1,97 milhão para implantar os sensores para tráfego livre dos ônibus e o sistema de onda verde.