TÓQUIO – A Takata dispensou usar a falência como uma forma de mitigar as obrigações relacionados ao recall recorde de airbags. Em vez disso, ela estaria buscando compradores que assumam o controle e conduzam a companhia através da crise de segurança, disse uma pessoa com conhecimento do processo de reestruturação.
Segundo esta fonte, o Lazard, consultor financeiro da Takata, vai encontrar fabricantes e firmas financeiras com o objetivo de encontrar compradores até o outono no Hemisfério Norte que começa em setembro. O plano da empresa japonesa é permanecer listada em Bolsa e manter seus negócios principais de cintos de segurança, airbag e volantes, enquanto venderia outras operações fora deste núcleo central, contou a pessoa. A porta-voz da companhia Akiko Watanabe não quis comentar o assunto.
Qualquer interessado pela Takata estará apostando que ainda pode gerar retorno mesmo depois de resolver as questões com as montadoras, que até agora vêm arcando com a ampla maioria dos custos de substituição dos airbags. O recall dos dispositivos, que podem ser acionados com muita força e lançar fragmentos de metal dentro da cabine do carro.
Não há vantagem e ninguém vai se beneficiar de mudar a trajetória da Takata neste caso por meio da falência avaliou Taketoshi Tsuchiya, um analista de crédito do Mizuho Financial Group. Montadoras não podem dizer que não irão prosseguir com os recalls porque a Takata pediu falência. Elas têm de continuar pagando pelos gastos sozinhas sem a Takata.
NOVO COMANDO
Em troca da injeção de capital, a participação da família fundadora da empresa vai ser diluída, revelou a fonte. A companhia tem como objetivo ter uma nova gestão este ano, substituindo executivos entre eles, o presidente da Takata, Shigehisa Takada, conforme a fonte. Um consórcio de investidores também é uma opção para geração de capital.
As conversas com compradores potenciais ainda estão em nível preliminar e nenhuma oferta foi feita, contou a pessoa. A Takata está negociando com seus clientes, liderados pela Honda, a respeito de quanto terá de pagar da conta multibilionária do recall dos airbags.
Ao longo do ano passado, as ações da Takata despencaram 68%, derrubando seu valor de mercado para 36,4 bilhões de ienes. A cifra representa apenas um décimo em relação ao pico da empresa em 2007.
Na semana passada, os EUA e o Japão ampliaram o número de veículos convocados para recall em função do airbag da empresa japonesa. As autoridades americanas ordenaram a revisão em mais 19 milhões de carros, e as japonesas, em outros 7 milhões.