JUBA – O Sudão do Sul está pronto para “voltar à guerra”, disse um porta-voz do vice-presidente Riek Macha, à BBC, após o embate entre facções rivais deixar centenas de pessoas mortas no país. Novos confrontos ocorreram na capital do Sudão do Sul neste domingo e forças leais ao vice-presidente afirmaram que sua residência foi atacada pelas tropas do presidente, o que elevou temores de retorno do conflito armado na nação independente há cinco anos.
Os dois líderes, que lutaram um contra o outro em uma guerra civil de dois anos que começou no final de 2013, fizeram uma teleconferência para pedir calma depois que confrontos entre facções rivais surgiram no final da quinta-feira. Pelo menos 272 pessoas foram mortas nos combates, afirmou uma fonte no Ministério da Saúde, no início deste domingo.
Não houve resposta imediata do governo do presidente, Salva Kiir, ao comunicado divulgado pelo porta-voz de Machar. Mais cedo, o ministro da Informação de Kiir, Michael Makuei, afirmou que a situação estava sob controle e pediu para a população ficar em casa.
Residentes dos distritos de Gudele e Jebel, em Juba, informaram pesada troca de tiros nos confrontos mais recentes, que dispararam temores sobre a renovação do conflito e preocupações sobre o controle que os dois homens exercem sobre suas tropas na nação mais jovem do mundo.
– A residência do senhor Machar foi atacada duas vezes hoje, incluindo uso de tanques e helicópteros de ataque. Helicópteros do lado de Kiir atacaram a residência duas vezes – disse James Gatdet Dak, porta-voz do vice-presidente, falando do exterior por telefone.
Residentes da cidade viram centenas de pessoas buscando abrigo em uma base das Nações Unidas.
– Vi corpos de civis e outros – disse por telefone um homem que se identificou apenas como Steven.