NOVA YORK ? A jovem sino-latina Tracey Tong, de 23 anos, andava de metrô em Nova York quando percebeu uma outra latina hostilizar um casal de muçulmanos no coletivo. A publicitária decidiu intervir e acabou personagem central de uma discussão sobre pertencimento e nacionalidade, cujo vídeo ultrapassou 1,3 milhão de visualizações nas redes.
Uma mulher de meia-idade, originária de Porto Rico, perguntava em tom hostil por que eles estavam nos Estados Unidos. “Por que vocês estão no país se não estão conosco?”, gritava no metrô de uma movimentada sexta-feira. Antes de Tracey, outra passageira tentara interromper o ataque e recebeu uma resposta atravessada por seu sotaque. “Não, você não entende. Você nem é daqui. Eu sou. Nasci nos Estados Unidos”, rebateu a agressora.
Atenta à discussão, como os demais passageiros, Tracey passou a defender os muçulmanos, acuado perto de uma das portas do coletivo. Em inglês e espanhol, a jovem de nacionalidades chinesa e peruana pedia que a mulher respeitasse o casal, enquanto ouvia que deveria “cuidar da sua vida”.
“Não estou pedindo que a senhora fique quieta. Estou pedindo que a respeite”, rebateu a estudante, de mãe americana, em referência à muçulmana que não aparece na gravação. “Em espanhol, em inglês, em chinês, em francês. Qualquer língua que você quiser. Sou nascida aqui e não gosto do jeito que você a trata. Estamos todos juntos nisso (…) Mesmo que você goste do que o governo está fazendo ou não, você precisa lidar com isso”.
Irredutível, a mulher reforça a visão de que os latinos e americanos sofrem ataques de muçulmanos. Mesmo que não tenha revertido a opinião da mulher, a atitude de Tracey foi elogiada por internautas. Na gravação, a jovem reconhece que o clima político não era o ideal, mas sustenta não ser esse um motivo para desrespeito.