BRASÍLIA – O resultado do leilão de linhas de transmissão ocorrido nesta sexta-feira em São Paulo, com 92% dos investimentos contratados, surpreendeu positivamente o governo federal, que vinha de um histórico recente de leilões com mais da metade dos lotes oferecidos sem demanda por investidores privados.
? Estávamos com receio no começo, tanto que retiramos o edital e mudamos as condições para atrairmos mais, por isso o resultado surpreendeu pelo apetite dos investidores ? disse ao GLOBO o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.
Dos R$ 12,5 bilhões em linhas de transmissão ofertadas no leilão de hoje, foram contratados R$ 11,6 bilhões, sendo que vários lotes tiveram concorrência em viva-voz com mais de um interessados. Coelho Filho destacou que o deságio médio dos lances foi de 12%, até uma média de 2% dos anteriores, sinalizando tarifas menores aos consumidores de energia elétrica.
Há uma série de linhas já contratadas, mas cujas obras ficaram pelo meio do caminho no país e que não encontram novos investidores dispostos a adquiri-las. Isso ocorre, por exemplo, com linhas que eram de responsabilidade de empresas em dificuldades, como a Abengoa. O resultado de hoje pode indicar interesse maior do mercado pelo setor.
? Desejamos que esse resultado sirva de exemplo, por demonstrar o apetite de investidores pelo setor e para que a transmissão não seja um gargalo para a expansão futura ? disse Coelho Filho.
Questionado sobre se esse resultado também indica apetite do mercado para outros ativos do setor elétrico, como a distribuidora Celg, cujo edital foi divulgado nesta sexta-feira pelo BNDES, Coelho Filho destacou se tratar de segmentos distintos, mas inseridos em um mesmo contexto para potenciais investidores.
? É o resultado de mensagens que enviamos ao mercado que têm tranquilizado o setor elétrico e de que investidores voltaram a apostar no crescimento do país.