RIO – Um dos principais apoiadores de Marina Silva entre os empresários e candidato a vice na chapa da ex-senadora na campanha presidencial de 2010, Guilherme Leal rebateu a acusação do empreiteiro Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, de que teria pedido doação em caixa 2 a ele porque ela não queria aparecer associada a empreiteiras. Ele disse se tratar de um ataque à sua honra tal declaração. O conteúdo da negociação da delação foi revelado na edição do GLOBO deste domingo pelo colunista Lauro Jardim.
Ao GLOBO, Marina e Leal já tinham negado que a campanha de 2010 tenha recebido recursos ilícitos. No sábado, o empresário admitiu em nota que se encontrou com Pinheiro, ocasião em que foram apresentadas ?as propostas da candidatura?, porém, rechaçou ter discutido pagamento de caixa 2 para a campanha.
?Houve sinalização da OAS em apoiar a campanha presidencial por meio do Partido Verde, certamente dentro dos termos da lei, com o devido registro perante a Justiça Eleitoral”, disse o executivo, segundo o qual ?qualquer outra insinuação é uma inverdade”.
O teor da delação com a acusação de Pinheiro contra Marina e Leal foi confirmada pela ?Folha de S. Paulo? nesta terça-feira. “Isso é mentira. Repudio com veemência este tipo de ataque à minha honra”, afirmou Leal ao jornal paulista.
Na delação, Pinheiro também cita Alfredo Sirkis, um dos coordenadores da campanha do PV, partido da ex-senadora na época. À ?Folha?, Sirkis afirmou que a OAS doou R$ 400 mil para o PV do Rio de Janeiro e a contribuição foi registrada na Justiça eleitoral, e que, segundo ele, seria por esse motivo que a doação não aparece na prestação de contas da disputa em 2010.
Marina, hoje na Rede, é crítica ferrenha das contribuições ilícitas feitas por empresas a candidatos, um dos seus motes de campanha.
A mesma edição de O GLOBO revela que tanto a OAS quanto a Odebrecht vão detalhar as contribuições que dizem ter feito para um suposto caixa dois das campanhas do prefeito do Rio, Eduardo Paes.