BRASÍLIA ? O presidente do Senado, Renan Calheiros(PMDB-AL), minimizou nesta quarta-feira a decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, de pautar a votação de ação que impede que parlamentares, na linha de sucessão, sejam réus em processos na Corte. Renan disse que a decisão não o atinge, porque não é réu no Supremo.
Ele responde a 11 inquéritos e pode virar réu no processo que envolve denúncia de pagamento por uma empreiteira da pensão da jornalista Mônica Veloso, mãe de sua filha. O senador já foi denunciado nesse processo, que foi liberado para a pauta de julgamentos da corte. A data, porém, ainda não foi marcada. Somente se o plenário concordar com a denúncia, Renan será transformado em réu em uma ação penal.
Renan diz que não tem a ?menor? preocupação com o julgamento sobre a linha sucessória.
? Não sou réu, essa investigação de 2007 foi pedida por mim. É uma investigação. Entreguei todos os meus sigilos, pedi investigação e há poucos dias estive no STF pedindo para pautar essa matéria. Ninguém mais do que eu tem tanta pressa com esse esclarecimento. Sou o maior interessado no julgamento dessa denúncia. Ninguém mais do que eu, porque pedi a investigação, prestei depoimento e quero que isso se decida imediatamente ? disse Renan.
O STF marcou para o dia 3 de novembro o julgamento da ação apresentada pela Rede Sustentabilidade em maio, logo depois que o tribunal transformou em réu o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje cassado e preso na Operação Lava-Jato.
Para a nova regra ser aplicada a Renan, caso seja aprovada, o julgamento da denúncia contra ele precisa acontecer antes de fevereiro de 2017. Isso porque o mandato dele na presidência do Senado termina em fevereiro. Depois disso, ele já não estará incluído na linha sucessória. Ministros do STF acreditam que Cármen Lúcia não pautará a denúncia contra Renan antes disso.