Cotidiano

Redução de área faz trigo ocupar menos de 100 mil hectares

Há duas semanas começou o período de zoneamento agrícola para o plantio do trigo no Núcleo Regional da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) de Cascavel.

Na semana passada se calculava que cerca de 40%, dos 99,7 mil hectares previstos para este cultivo, já haviam sido plantados, ou seja, algo em torno de 40 mil hectares devidamente semeados, sendo metade deles em germinação e outra metade em desenvolvimento vegetativo.

Segundo o técnico do Deral (Departamento de Economia Rural) J. J. Pértille, os produtores correm contra o tempo, já que era uma reivindicação antiga a antecipação do zoneamento para esta cultura. “O trigo é um cultivo de risco, se desenvolve durante o inverno e fica sujeito a períodos críticos de geadas. Além disso, quem plantava mais tarde colhia nos meses de setembro e outubro. É o período de chuvas, além de ser o determinado para plantação da soja”, pondera.

Mesmo assim, os produtores têm até o mês que vem para lançar o trigo à terra nestes 28 municípios da regional.

ÁREA MENOR

O fator que mais chamou a atenção é que a área esperada, de 135 mil hectares, não se confirmou e ficou bem abaixo do esperado. “Muitos produtores não conseguiram plantar o milho safrinha porque estavam fora do zoneamento e acreditávamos que muitos iriam migrar para o trigo, mas acabaram desistindo por uma única justificativa: a falta de incentivo ao cultivo deste cereal. Não há políticas de incentivo para o trigo e isso desanima o produtor”, acrescenta.

Para se ter ideia, o preço mínimo estipulado à saca do cereal é de R$ 38,65, mas no início da semana passada ela estava sendo vendida a R$ 31,50.