Links streamingLONDRES ? A fragmentação do streaming de música, a corrida para descobrir como diabos ouvir um grande lançamento recente e a necessidade de pagar por diversas plataformas de streaming foi lentamente ficando mais notório e frustrante para os consumidores ao longo dos últimos meses.
Os próprios músicos também sentem isso, e Kanye West publicou recentemente em seu Twitter: “”Essa disputa entre Tidal e Apple está ferrando o jogo da música (…) Estaremos todos mortos em cem anos. Deixem as crianças terem as músicas”.
Bom, um grande primeiro passo contra a exclusividade no streaming foi dado essa semana. De acordo com Bob Lefsetz, que organiza uma influente newsletter voltada à indústria musical, Lucian Grainge, CEO do Universal Music Group, enviou u e-mail interno para funcionários na segunda-feira ? logo após o lançamento exclusivo de “Blonde”, novo disco do Frank Ocean, pela Apple Music ? dizendo que a empresa está banindo a prática da exclusividade.
Esse é um movimento considerável, uma vez que a Universal tem sob seu guarda-chuva cerca de 80 gravadoras, incluindo Interscope, Capitol e Def Jam, além de selos menores de artistas influente, como o GOOD Music (de Kanye West), Cash Money, Aftermath (Dr. Dre), Shady (Eminem) e Dreamville (J. Cole). Kanye West sobre streaming
Botando em perspectiva mais clara, todos os cinco discos que concorreram ao Grammy de melhor álbum neste ano ? os trabalhos de Kendrick Lamar, Taylor Swift, The Weeknd, Chris Stapleton e Alabama Shakes ? teriam sido afetados pela mudança administrativa. Falta agora saber se outras gravadoras seguirão a Universal.
O e-mail de Grainge foi enviado dois dias após o lançamento do novo álbum de Frank Ocean, o que sugeste que “Blonde” foi a ponta do iceberg para o CEO nesta questão. ‘Blonde’, de Frank Ocean
“Blonde” segue em exclusividade na Apple Music, assim como o álbum visual “Endless”, outra novidade apresentada por Ocean nos últimos dias. Vale citar que “Blonde” foi lançado de forma independente pelo cantor e compositor, uma vez que, segundo a “Pitchfork“, “Endless” teria marcado o fim das obrigações contratuais de Ocean para com a Def Jam (e, consequentemente, a Universal). Com isso, grandes artistas ainda poderão garantir contratos lucrativos de exclusividade em streaming simplesmente abandonando as gravadoras e lançando suas músicas por conta própria.
O “Independent” procurou o Universal Music Group, que ainda não se pronunciou.