PARIS ? A promotoria francesa pediu nesta segunda-feira pena de prisão perpétua para o venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, também conhecido como Carlos ?o Chacal?, por sua responsabilidade no atentado contra uma galeria comercial de Paris que deixou dois mortos e 34 feridos em 1974. O julgamento está em ocorrendo há duas semanas.
Carlos, que já cumpre duas condenações à prisão perpétua na França, nega ter cometido este atentado. No entanto, procurador-geral destacou que ?todos os elementos reunidos durante a investigação convergem para ele?.
Interrogado durante o julgamento sobre seu envolvimento no ataque, Carlos declarou que um ?combatente da resistência palestina? como ele não poderia, sob pena de morte, proporcionar informação sobre uma operação e muito menos durante um julgamento.
De qualquer forma, pressionado pelo presidente do tribunal, o venezuelano afirmou:
? Talvez seja Carlos, talvez eu, mas não há nenhuma prova disso.
?O Chacal? foi um dos homens mais procurados pela polícia em todo o mundo ocidental durante as décadas de 1970 e 1980. É considerado por alguns como um símbolo do terrorismo internacional e por outros como um revolucionário. No seu histórico consta o sequestro de 11 ministros de países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) que estavam reunidos em Viena, na Áustria. O incidente terminou com a morte de três pessoas e sua fuga.
Ao contrário de Bin Laden, Chacal atuava pessoalmente em suas operações, apenas contando com alguns auxiliares. Preso na França desde que foi capturado em 1994 em uma operação no Sudão, aos 67 anos cumpre duas condenações à prisão perpétua por um triplo homicídio em 1975 em Paris e por quatro atentados cometidos na França há 30 anos. Carlos não demonstra arrependimento por seus crimes. Ele se descreve como um ?revolucionário profissional da velha tradição leninista?.