Cotidiano

Programação paralela rivaliza em repercussão com a Tenda dos Autores

Fausto Fawcett, Frei Betto, Xico Sá, Alberto Mussa, José Eduardo Agualusa, Sérgio Vaz, Pilar del Río. Todos esses nomes marcaram presença em debates ontem, na 14ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Só que nenhum deles na programação oficial na Tenda dos Autores. Eles passaram por espaços como o do Sesc, da Casa Rocco, da Casa Cais, do Espaço Itaú Cultural de Literatura, Casa Libre e Nuvem Livros, Casa PublishNews e, last but not least, a Shakespeare House. Este ano, a Flip viu a programação paralela, organizada por centros culturais e editoras e totalmente gratuita, rivalizar, em público e repercussão, com a programação principal.

Links Flip ServiçoO Itaú Cultural, que pela primeira vez montou um espaço próprio na Flip, abriu as portas na quarta-feira já colocando fogo na discussão sobre a falta de autores negros na festa em uma mesa que reuniu as escritoras Conceição Evaristo, Ana Maria Gonçalves, Andrea del Fuego, Maria Valéria Rezende e Roberta Estrela D’Alva. Claudiney Ferreira, gerente do Núcleo de Audiovisual e Literatura do Itaú Cultural, explicou que desde 2010 a instituição apoiava mesas na FlipMais, na Casa da Cultura de Paraty, mas resolveu reforçar sua programação esse ano.

? A programação paralela é muito responsável pela renovação do público que se observa em Paraty. Esses eventos não são mais periféricos, eles são a própria festa ? diz Ferreira.

Laboratório

Marcos Rêgo, coordenador-geral do Centro Cultural Sesc Paraty, conta que, pela primeira vez em sete anos, a organização foi obrigada a distribuir senhas para todas as suas atividades. A peça ?Inutilezas?, de Moacir Chaves, abriu uma sessão extra ontem para atender a demanda do público. Pelos espaços do Sesc passaram nomes como Edney Silvestre, Luisa Geisler, André Vianco e Julián Fuks.

Rêgo diz que a festa é uma espécie de laboratório para as iniciativas futuras da entidade na cidade, que ocupa um casarão no Largo de Santa Rita e acabou de comprar um enorme terreno na Avenida Octávio Gama, às margens do Rio Perequê-Açu.

? Há uma carência em toda Costa Verde, de Mangaratiba a Paraty, de equipamentos culturais. Esse novo espaço do Sesc vai ser um centro de referência.