PARIS ? O primeiro-ministro socialista da França, Manuel Valls, expressou apoio à proibição do uso de burkini em algumas cidades dos país, argumentando que o traje de banho islâmico é baseado na ?escravização de mulheres? e, portanto, incompatível com os valores franceses.
O burkini, uma peça de roupa que deixa somente rosto, pés e mãos à mostra, provocou um crescente debate nacional sobre o Islã e os costumes das mulheres muçulmanas.
? Eu entendo os prefeitos que, neste momento de tensão, têm o reflexo de buscar soluções, evitar a desordem pública ? disse Valls em uma entrevista ao francês diário regional ?La Provence?.
Até o momento, quatro cidades promulgaram decretos contra o uso de burkini: Cannes e Villeneuve-Loubet, na Riviera Francesa, Sisco em Córsega e Le Touquet, na costa da Normandia. Leucate, no Mediterrâneo, anunciou na terça-feira que vai fazer o mesmo.
? As praias, como qualquer espaço público, devem ser preservadas de reivindicações religiosas. O burkini é a tradução de um projeto político, fundado especialmente na escravização de mulheres. Por detrás do burkini, está a ideia de que, por natureza, as mulheres seriam impudicas, impuras e deveriam estar totalmente cobertas. Isso não é compatível com os valores da França e da República. Ante as provocações, a República deve se defender.