PORTO ALEGRE ? Na disputa por uma vaga no segundo turno em Porto Alegre, o candidato do PSDB, Nelson Marchezan Júnior, disse nesta quarta-feria que não se apresenta como um voto anti-PT, mas reconhece que vem obtendo votos de eleitores que não querem a manutenção da atual administração, mas também de eleitores que são contra o retorno do PT ao poder, onde ficaram por 16 anos. O PSDB não tem tradição em Porto Alegre, aparecendo pela primeira vez numa disputa municipal. Marchezan Júnior está embolado com Raul Pont (PT) e Luciana Genro (PSOL) na briga por uma vaga no segundo turno, enquanto Sebastião Melo (PMDB) lidera as intenções de voto com uma margem de vantagem confortável em relação aos adversários.
? Essa não é uma campanha do PSDB: é de mudança ou de retrocesso ? disse Marchezan AO GLOBO.
Na prática, Marchezan e Luciana Genro acabam atraindo votos descontentes com a atual gestão e com o PT. O tucano, no entanto, afirmou que não quer nacionalizar ou ?ideologizar? a candidatura. Ele fez campanha nesta quarta-feira na chamada Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre.
? Não estamos vinculados a estilos tradicionais de campanha. As pessoas querem saber o que dá para melhorar. Não sou anti-PT, não estou fazendo uma campanha contra ninguém. O voto, talvez pela primeira vez em Porto Alegre, está sendo menos ideologizado e mais racional ? disse Marchezan.
Apesar de ser deputado federal, ele disse que a campanha tem ficado em temas locais:
? Concorro com o Raul Pont e não com o José Dirceu, com o Melo e não com o Michel Temer ou o José Ivo Sartori (governador do Rio Grande do Sul), e com a Luciana Genro, não com o Tarso Genro (por ser filha dele). Essa pé uma forma velha de se pensar ? disse ele, ao perguntado sobre o fato de ser filho de Nelson Marchezan.
O tucano tem 1m54s de programa, além de 8m1s de inserções ao longo do dia e tem um estilo que chama a atenção. Ele aproveita selfies e filmagens que faz com eleitores e aparece sempre caminhando e falando, ao mesmo tempo.