SÃO PAULO – A Polícia Civil de São Paulo concluiu o inquérito que investigava a queda do helicóptero que matou cinco pessoas na Grande São Paulo, em abril do ano passado, entre elas o filho do governador do Estado Geraldo Alckmin (PSDB), Thomaz, de 31 anos. O documento apontou problemas na manutenção da aeronave, que caiu logo após a decolagem, em Carapicuíba.
Durante cumprimento de agenda, na manhã desta quarta-feira, Alckmin disse que o inquérito não vai trazer seu filho de volta, mas destacou a importância de se ter uma investigação.
? Não vai trazer de volta o Thomaz, o nosso filho, mas é importante (a investigação) para poder verificar qual foi a causa e evitar que se repita.
Na aeronave também estavam o piloto Carlos Haroldo Isquerdo Gonçalves, de 53 anos, e os mecânicos Paulo Henrique Moraes, de 42, Erick Martinho, de 36, e Leandro Souza, de 34.
Ao todo, cinco funcionários da Helipark, empresa que fez a manutenção, foram responsabilizados. Três deles (mecânico, gerente e diretor) foram indiciados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, por terem falhado na checagem do helicóptero antes da decolagem. Também foi indiciado um controlador de pista, por falso testemunho. Ele teria mentido sobre o tempo de voo da aeronave até a queda. Um outro funcionário responde ainda por fraude processual. Ele teria apagado imagens gravadas da sala de câmeras da Helipark.
O Ministério Público Estadual (MPE) está analisando o documento, que foi concluído em novembro, para saber se vai ou não oferecer denúncia à Justiça contra os suspeitos.
Os investigados respondem em liberdade.
Em nota, a Helipark informou que o relatório da polícia ?baseou-se em precipitadas e oficiosas conclusões que têm por base uma única e absurda premissa de ordem técnica?, referindo-se à conclusão preliminar da Aeronáutica.
Em junho do ano passado, a Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou comunicado sobre as prováveis causas do acidente: a desconexão de duas peças antes da decolagem, que permaneceram assim durante o voo. A nota não informou o motivo da desconexão, mas divulgou desenho do sistema de controle do helicóptero para mostrar onde as peças estariam desconectadas.
?Esta hipótese, que serviu de base a todas as informações técnicas do inquérito, é tão absurda quanto a de se afirmar que um automóvel com a barra de direção solta pudesse trafegar por uma via sinuosa. No caso do helicóptero, a hipótese é ainda pior: até mesmo o mero acionamento dos motores teria provocado um acidente com o tombamento lateral da aeronave ainda no pátio?, descreve a nota da empresa.