Cotidiano

PGR recomenda que lobista Adir Assad continue preso na Lava-Jato

BRASÍLIA ? O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) recomendando que o lobista Adir Assad continue preso na Operação Lava-Jato. Para Janot, se o investigado por colocado em liberdade, poderá continuar praticando crimes. Apontado como um dos operadores da Lava-Jato, Assad é acusado de ter recebido R$ 18 milhões do Consórcio Interpar, fornecedor da Petrobras, para repassar propina a executivos da estatal. Ele responde por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

?Os elementos expostos revelam que o ora agravante, como responsável por diversas empresas usadas nas operações de branqueamento dos recursos desviados da estatal, tem papel relevante no quadro das organizações criminosas, mostrando-se claramente que, em liberdade, poderá reiterar as condutas ilícitas mediante criação e interposição de pessoas jurídicas no procedimento de lavagem de recursos ilícitos. A dimensão de sua participação nos fatos até aqui apurados revela que poderá facilmente por em curso novos crimes como os já apurados, o que leva à necessidade de manutenção do cárcere preventivo, como forma de assegurar a ordem publica?, escreveu Janot.

Para o procurador-geral, Assad tem ?ações voltadas para a senda criminosa?. Ainda no parecer, Janot explicou que, mesmo com o apelo público da Lava-Jato, Assad continuou cometendo ilegalidades. ?Não se está invocando como fundamento o eventual clamor decorrente da notícia dos fatos da denominada Operação

Lava-Jato em mídias nacional e internacional, mas o que releva é que essa repercussão não foi suficiente sequer para estancar o risco da continuidade das práticas criminosas?, ponderou o procurador-geral.

O parecer vai ser levado em consideração pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no STF, quando for decidir se mantém o lobista preso, ou se concede ao investigado o direito de responder pelos crimes em liberdade. Não há previsão de quando essa decisão será tomada.

No texto enviado à corte, o procurador-geral voltou a dizer que a Lava-Jato é ?um dos mais (concretos) graves casos de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes correlatos a organizações criminosas?. Ainda segundo Janot, Assad ?está diretamente ligado com os fatos envolvendo as fraudes na Petrobras e pagamento de propinas?.

Em junho, o lobista estava em prisão domiciliar. Contudo, após novas investigações da Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações na primeira instância, determinou nova prisão preventiva dele em agosto. Ontem, o TRF da 2ª Região, no Rio, decidiu manter Assad em prisão preventiva.