BRASÍLIA – Os agentes da Polícia do Senado Antônio Tavares, Everton Taborda e Geraldo Cesar de Deus Oliveira, presos ontem por suposta tentativa de atrapalhar a Operação Lava-Jato, tiveram a prisão relaxada, segundo informou a Polícia Federal neste sábado. Dos quatro presos na chamada Operação Médis, o único que permanece detido é o diretor da Polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, chefe dos outros três policiais.
Eles foram soltos depois de prestarem depoimentos. Os quatro são acusados de fazer varreduras fora das dependências do Senado para proteger senadores e ex-senadores contra o avanço da Lava-Jato. Entre os beneficiários dos serviços estão o ex-presidente da República José Sarney, o senador Fernando Collor (PTC-AL), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o ex-senador Edson Lobão Filho (PMDB-MA).
Os policiais são acusados também de tentar barrar uma busca e apreensão de documentos na residência de Collor determinada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal investiga ainda se a Polícia do Senado tem e fez uso indevido de escutas telefônicas. As suspeitas sobre espionagem foram reforçadas depois do vazamento de dados sigilosos da investigação
Por conta do vazamento, a operação teve que ser antecipada para ontem. Pelo cronograma original, a Polícia Federal pretendia esperar mais alguns dias para pedir a prisão dos policiais do Senado. O agente Antônio Taves foi solto horas depois de ser preso. Ele foi liberado logo depois de prestar depoimento de aproximadamente três horas. Segundo o advogado Ivan Morais, o cliente nada fez de irregular.
? A varredura está dentro do que prevê a legislação.Tudo que ele fez ou deixou de fazer está dentro das competências legais ? disse Morais.