Cotidiano

PF prende auditor da RF acusado de fraudar Casa da Moeda

A empresa de Mariangela, a MDI Consultoria, recebeu entre 2009 e 2015 cerca de R$ 15 milhões por uma suposta consultoria

Rio – A Polícia Federal prendeu preventivamente ontem o auditor-fiscal da Receita Marcelo Fisch Menezes e sua mulher Mariangela, ambos acusados de fazer parte de uma quadrilha envolvida em fraudes de licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro no Rio de Janeiro.

Fisch, que em 2008 ocupava a cadeira de coordenador-feral de Fiscalização, foi nomeado chefe de Divisão de Controles Fiscais Especiais em 2015. De acordo com a investigação, ele foi um dos responsáveis pela contratação, sem licitação, da Sicpa Indústria de Tintas e Sistemas.

A empresa de Mariangela, a MDI Consultoria, recebeu entre 2009 e 2015 cerca de R$ 15 milhões por uma suposta consultoria. A PF identificou, porém, que o montante foi pago por uma empresa sediadas nos Estados Unidos ligada à Sicpa.

Batizada de Esfinge, a operação da PF, em conjunto com o Ministério Público e o Ministério da Fazenda, investiga fraudes em contratos que movimentaram mais de R$ 6 bilhões, incluindo uma licitação na Casa da Moeda. Segundo a PF, estima-se que, em propinas, o grupo movimentou cerca de R$ 70 milhões.

Além das prisões, os agentes cumprem cinco mandados de busca e apreensão em escritórios e residências em São Paulo e Brasília.

Um dos alvos é uma consultoria que teria recebido R$ 70 milhões de uma empresa investigada por fraude em licitação na Casa da Moeda.

O escritório teria recebido os valores sem prestar os serviços contratados. Teria ainda servido de fachada para intermediar o pagamento de propina do esquema, segundo a PF.

A licitação da Casa da Moeda investigada envolve a contratação do chamado Sicobe (Sistema de Controle da Produção de Bebida), que previa a instalação de equipamentos contadores de produção nas linhas de produção de bebidas (cervejas, refrigerantes, sucos).

Esse sistema é instalado pela Casa da Moeda nas fábricas de bebidas e realiza o controle, registro, gravação e transmissão da quantidade produzida. A informação é remetida para Receita Federal para fins de tributação.

O faturamento desse contrato, nos últimos seis anos, ultrapassou a cifra de R$ 6 bilhões, segundo a PF.