Uma igreja de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná, começou a produzir hóstias sem glúten para os cristão celíacos, que apresentam reação imunológica à ingestão de glúten. A proteína é encontrada no trigo, um dos ingredientes da hóstia tradicional.
Terezinha Marçal Nasseh, celíaca, conta que sofreu muito quando descobriu a doença. “Como que você vai na missa e não comunga?”, relata.
Na Diocese de Ponta Grossa, são 43 paróquias; a da Igreja do Rosário é a primeira a oferecer uma hóstia própria para os celíacos. O padre ficou sabendo do caso de Terezinha e de outros fiéis e para não deixá-los de fora da eucaristia, providenciou hóstias sem glúten.
A produção é feita por um grupo de freiras da cidade e leva farinha de arroz, fécula de mandioca e fubá na composição. A textura é diferente da tradicional, mas para quem sofre da doença isso é o que menos importa. “A igreja não exclui ninguém, a doença é séria e com esse ato eu me senti amada”, relata Terezinha.
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Segundo o padre da Igreja do Rosário, Edvino Sicuro, durante a fabricação, é tudo separado. “As freiras lavam todas as máquinas, é tudo especial. Na hora da consagração, lavamos as mãos para não ter contaminação, além de ficarem em locais separados”, comenta.
Nas igrejas que ainda não possuem esse tipo de hóstia, os fiéis podem comungar com o vinho, levando um cálice e entregando ao padre antes da missa começar.
O vigário geral, padre Jaime Rossa, conta que quer que todos participem da eucaristia. “Se alguns não podem consumir o pão, encontramos outro meio para que consigam comungar”, explica.
Conforme Mateus Freitas Berti, que leva o próprio cálice para a igreja, é muito importante a igreja aceitar as diferenças entre as pessoas. “Quem tem a doença já se sente excluído da vida comum. A igreja, abrindo esse espaço, da inclusão, é um abraço que dá no fiel”, enfatiza.
