BRUXELAS ? O Parlamento Europeu adotou nesta terça-feira em sessão extraordinária uma resolução, não vinculante, na qual convoca o Reino Unido a invocar imediatamente o artigo 50 dos tratados europeus para iniciar o processo de ruptura com a União Europeia (UE).
Um total de 395 deputados aprovaram a moção, enquanto 200 se pronunciaram contra e 71 se abstiveram após um acalorado debate no qual os discursos do antieuropeu britânico Nigel Farage e da eurocética francesa Marine Le Pen foram vaiados.
Abrindo a sessão, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que respeita a decisão do Reino Unido, mas exortou o governo britânico a esclarecer sua posição o mais rápido possível. Dirigindo-se a Farage, Juncker questionou a presença do líder da extrema-direita britânica na sessão.
? Você estava lutando para a saída, o povo britânico votou a favor da saída. Por que você está aqui? ? perguntou.
O debate foi marcado por polêmica e troca de acusações. Figura central na campanha pela saída da UE, Farage foi chamado de mentiroso e acusado de usar ?propaganda nazista?.
Em seu discurso, ele criticou os membros do Parlamento, dizendo que quase nenhum deles tinha feito um bom trabalho em suas vidas, ou criado um.
A sessão no Parlamento foi realizada antes de uma reunião entre líderes da UE e o primeiro-ministro britânico, David Cameron ? o primeiro encontro após o referendo que decidiu pela saída do bloco, na última quinta-feira.
O premier anunciou sua renúncia logo depois da vitória do Brexit. Ele vai deixar o cargo em outubro, quando o Partido Conservador escolherá o seu sucessor.