PORTO ALEGRE – O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, está estável após se submeter a uma cirurgia na próstata, na tarde desta segunda-feira, em Porto Alegre. De acordo com o boletim médico, o procedimento envolveu anestesia geral e não teve intercorrências. ?As condições gerais são estáveis?, diz o texto assinado pelo urologista Claudio Telöken e o médico intensivista Nilton Brandão. Padilha, de 71 anos, permanecerá em recuperação pós-operatória, monitorado, pelo menos até esta quarta-feira.
O objetivo da cirurgia era tratar uma obstrução ao nível prostático. A operação durou 2h05 e foi considerada bem-sucedida pelo corpo médico. Padilha deu entrada na manhã desta segunda-feira, no Hospital Moinhos de Vento, bairro nobre da capital gaúcha, para realizar a intervenção cirúrgica. O ministro estava acompanhado de familiares.
Em 20 de fevereiro, Padilha passou mal e foi internado no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, para tratar de uma obstrução urinária. Na ocasião, foi diagnosticado com hiperplasia prostática, que significa o aumento da próstata.
O ministro chegou na sexta-feira a Porto Alegre para fazer exames pré-operatórios. Ele não fez aparições públicas na cidade, onde costuma manter uma rotina reservada. Quem teve contato com Padilha disse que ele estava calmo, mas ?um pouco apreensivo? com a cirurgia.
Segundo a assessoria de imprensa de Padilha, seu retorno a Brasília está previsto para a próxima segunda-feira, 6 de março. O presidente Michel Temer e o ministro, que é um de seus principais conselheiros, acertaram uma licença médica que, em princípio, se encerra nesta data. Mas o período de recuperação do procedimento ao qual Padilha se submeteu pode ser maior. Este poderá ser o argumento para prolongar o afastamento do político gaúcho, enquanto seu futuro no governo não é definido.
Amigo de longa data de Temer, o advogado José Yunes disse em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR) que serviu de ?mula? para Padilha em 2014, quando recebeu um envelope do doleiro Lúcio Funaro. A suspeita é de que o pacote continha dinheiro para uso na campanha eleitoral do PMDB.
Em delação premiada, o ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho contou aos procuradores da Lava-Jato que esteve com Temer em um jantar no Palácio do Jaburu, em 2014, no qual o então vice-presidente pediu R$ 10 milhões para a campanha do partido. Ainda conforme Cláudio Melo, parte da quantia teve Padilha como destinatário.
Por meio de nota, Temer admitiu que pediu recursos da Odebrecht para a campanha de 2014, mas disse que a doação foi ?registrada na Justiça Eleitoral?. Yunes afirmou que está disposto a participar de uma acareação com Padilha para esclarecer o suposto repasse de dinheiro da Odebrecht. O ministro ainda não se pronunciou sobre o caso.